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Febre maculosa matou estudante em Santo André
Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
24/08/2005 | 08:31
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A estudante Juliana Finotti de Oliveira, 24 anos, moradora do bairro Clube de Campo, morreu de febre maculosa. O resultado do exame feito em parte de alguns órgãos retirados do corpo após a necrópsia foi divulgado terça-feira pelo DVS (Departamento de Vigilância à Saúde) de Santo André. Os exames foram feitos pelo Instituto Adolfo Lutz. Na semana passada, exame sorológico da estudante já apontava a doença, causada por carrapatos-estrela contaminados com a bactéria Rickettsia rickettsii, como sendo a provável causa do óbito. O resultado do exame foi encaminhado à unidade do Programa de Saúde da Família do bairro, que se encarregará de comunicá-lo aos pais de Juliana.

  De acordo com a médica veterinária e sanitarista do DVS, Maria Adelaide Gonzalez, além do caso de Juliana, falecida no dia 30 de julho, e de um garoto de 10 anos, morto em abril com a mesma doença, foram registrados na cidade este ano outros 16 casos de febre maculosa, sendo 12 no Clube de Campo, um no Novo Oratório, um na Vila Lucinda, um no Parque Erasmo e outro no Jardim Santo André. "Todos esses casos evoluíram para a cura", disse. O tratamento, apontou a médica, é feito à base de antibióticos. "A tetraciclina é um dos medicamentos utilizados".

  Dois dos casos suspeitos apurados pelo Diário logo após a morte de Juliana são o da garçonete Maria Célia Marinho, 36 anos, e o eletricista Fabrício Bento dos Santos, 28. Ambos ficaram cinco dias internados com os mesmos sintomas apresentados pela estudante – dores fortes na nuca e febre persistente – e já estão em casa.

  A veterinária garantiu que o trabalho de alerta e conscientização nos bairros onde foram encontrados os carrapatos vai prosseguir. "Em nove dias visitamos 2.996 casas. Coletamos carrapatos em boa parte delas e os enviamos para a Faculdade de Medicina Veterinária da USP (Universidade de São Paulo)." Foram utilizados 191 recipientes na coleta dos carrapatos.

  Conforme explicou Maria Adelaide, os exames nos carrapatos serão feitos para que o DVS saiba o percentual desses aracnídeos contaminados com a bactéria causadora da doença. "Tem apenas caráter de informação científica."

  A família de Juliana não foi encontrada terça-feira para comentar o resultado do exame. Na ocasião da morte da estudante, a mãe dela, Delma Finotti de Oliveira, 50 anos, reclamou da demora na realização de exames que apontassem um diagnóstico sobre a situação clínica da filha, que ao longo de cinco dias teria passado por atendimentos na rede pública municipal. Juliana faleceu no Centro Hospitalar Municipal. Em junho do ano passado, três pessoas da mesma família morreram de febre maculosa em Mauá.




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