A polêmica sobre o preço elevado dos ingressos para a Eurocopa-2008 aumentou neste domingo na Suíça, de onde o presidente da Fifa (Federação Internacional de Futebol), Joseph Blatter, manifestou seu desacordo com a política adotada pela Uefa (União Européia de Futebol).

"Para mim é especialmente importante que não só os ricos, mas todos os torcedores, possam assistir às partidas dos campeonatos europeus ou da Copa do Mundo", declarou Blatter ao jornal SonntagsBlick, que faz campanha contra estes preços.

"No Mundial-2006, o ambiente foi estupendo porque 80% das entradas foram reservadas aos particulares", acrescentou. Para a Eurocopa-2008, organizada por Áustria e Suíça, só 33% estão disponíveis ao público e a preços consideravelmente superiores aos da Copa da Alemanha-2006. Sessenta e sete por cento dos lugares estão reservados aos patrocinadores e às federações de futebol.

Das entradas à venda para o público, apenas 20% correspondem à categoria mais barata, a 3. As categorias 1 e 2 representam 80% das entradas à venda e os lugares mais baratos custam 70 francos suíços (43 euros), um valor 25% superior ao cobrado no Mundial.

Consultado pelo jornal, o encarregado da organização da Eurocopa-2008, Martin Kallen, considerou que "70 francos suíços não são um gasto tão grande e a Eurocopa só se celebra a cada quatro anos".

Ele também justificou a carestia, explicando que "o preço inclui o bilhete de trem" e que os estádios suíços só têm capacidade para 50 mil pessoas, razão pela qual não é possível contar com entradas da categoria 4, como no Mundial.

O público em geral pode se cadastrar até 31 de março na internet para solicitar entradas para a Eurocopa-2008, que será disputada de 7 a 29 de junho. Os lugares serão definidos por sorteio.