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Basquete regional 'lava a roupa suja'
Por Marisa Amaral
Da Redaçao
27/03/1999 | 00:07
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Hebert Coimbra, o Betao, que mesmo longe do Santo André há cinco rodadas é o melhor jogador do Santo André, segundo a estatística da CBB (Confederaçao Brasileira de Basquete), foi cortado do time sem motivo aparente, no final do primeiro turno. Segundo o jogador, o primeiro motivo que o técnico Léo Watanabe lhe deu foi que ele teria sido o titular da equipe durante todo o primeiro turno, o que deixou o jogador indignado. Ele esperou se acalmar para desabafar. "Nao queria falar besteira."

Betao ainda é o melhor jogador do Santo André em bloqueio (quarto melhor do campeonato, com 14 bloqueios em 13 jogos), em recuperaçao de bolas (décimo no fundamento, com 1.9 em média), e na época dividia a posiçao de melhor pontuador com Aurélio, que é o nono cestinha da competiçao, com 18.6 pontos por jogo, enquanto hoje Betao está em 19º, com 15.9.

"Quando fui cortado, perguntei para o Léo qual foi o motivo. Ele me deu três. O primeiro foi que eu tinha sido o titular no primeiro turno inteiro. O segundo foi que eu comecei bem no campeonato e teria caído do produçao. Eu nao concordo com isso. E o terceiro seria que nós teríamos tido atritos no Campeonato Paulista, o que nao aconteceu. Acho que o real motivo foi que eu nao dei o número do meu celular para ele nao me ligar após os jogos para falar mal do time."

Betao nao quer ser mal compreendido. "Conversar sobre o que aconteceu nao é uma forma de descontar o que o Léo me fez, mas de mostrar a verdade, o que realmente aconteceu. Lamento que o basquete brasileiro tenha pessoas que se dizem profissionais lidando com o alto nível do esporte. Este é o maior motivo de o basquete estar mal: sao pessoas incompetentes dirigindo times", desabafou.

Com o desempenho no Nacional, Betao jamais imaginou que seria cortado. "Quando houve uma reuniao no final do primeiro turno, o Léo disse que alguns seriam cortados. Como eu era o cestinha, ao lado do Cavalieri, e estava bem na estatística também em recuperaçao de bolas e em bloqueio, jamais imaginei que seria cortado. Foi uma surpresa. Como me pagaram um salário a mais, até pedi para continuar no time por mais um mês. O Léo me disse que seria difícil, mas que iria pensar. No mesmo dia, no treino, ficou se vangloriando, como se eu tivesse assumido o meu erro. Mas que erro foi este?", questionou.

Segundo Betao, um dos responsáveis no Campeonato Paulista pelo acesso ao Nacional - primeira vez que o time de Santo André consegue este feito desde o tempo da Pirelli - foi Léo Watanabe que o procurou para defender o time. "Eu joguei pelo Corinthians de Santa Cruz e vim para o Grande ABC. Como estava parado, ele permitiu que eu ficasse treinando lá, sem compromisso. Eu já estava com outro time em vista, mas como o Léo veio à minha casa, resolvi ficar".

Betao ainda nao se conforma com o afastamento do time. "O cestinha ser mandado embora do time sem justa causa, só para justificar o campeonato ruim, é inaceitável. Ainda tenho amigos lá e sei que eles estao contando os dias para que o campeonato termine. A nao ser em caso de necessidade extrema, ninguém fica em Santo André na próxima temporada", afirmou Betao.




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