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Praga quase some da Billings
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
05/10/2004 | 09:30
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Diminuiu significativamente a mancha formada pela Salvinia s.p na represa Billings. A Sabesp diz que a redução é resultado de uma esteira que trabalha na represa há dez dias para a retirada da planta. Segundo o superintendente da unidade de Negócios da Produção de Água da Sabesp, Hélio Castro, com o trabalho da máquina será possível acabar com a salvinia na Billings em, "no máximo, dez dias".

Nesta segunda, a planta aquática que há três meses se prolifera na represa de forma desordenada e já chegou a invadir a prainha do Parque Estoril, em São Bernardo, estava acumulada apenas no braço do Rio Grande, na altura do Km 29 da via Anchieta. Este é o ponto onde homens da Sabesp e das prefeituras banhadas pela represa trabalham na retirada da planta. A pequena quantidade acumulada lembrou os primeiros dias em que a salvinia surgiu nas águas da represa e despertou a atenção dos ambientalistas.

"A redução foi por conta da esteira mecânica instalada próxima à barragem onde os homens trabalham na retirada da planta", disse o superintendente da Sabesp. A máquina arrasta a salvinia para a margem da represa, facilitando o trabalho dos homens. Desde que ela foi instalada, o volume diário de planta retirada da Billings aumentou de oito para 20 caminhões. "O trabalho da esteira equivale ao trabalho de 20 operários", afirmou Castro.

A esteira está funcionando em fase de teste e, segundo o superintendente, não opera todos os dias. Mas como o resultado obtido até agora foi satisfatório, ele afirmou que o mutirão - que conta com funcionários das Prefeituras de Santo André, São Bernardo, Diadema e Ribeirão Pires - pode ser revisto ou até suspenso, caso o volume retirado seja mantido.

Nesta segunda, na barreira no Km 29 da via Anchieta, apenas seis homens da Sabesp trabalhavam na retirada da planta (normalmente são de oito a dez). Por conta da limpeza pós-eleitoral nas ruas das cidades, o auxílio dos funcionários de Ribeirão Pires, que estão escalados para fazer o trabalho às segundas-feiras, foi suspenso. Porém, a assessoria de imprensa da Prefeitura garantiu que os oito homens estarão na represa nesta terça, independentemente dos resultados positivos alcançados pelo trabalho da esteira.

Clima - O superintendente da Sabesp também creditou à mudança de clima (temperaturas mais baixas e garoa constante) registrada no fim de semana a redução do volume da planta na represa. Entretanto, a bióloga que dirige a agência ambiental da Universidade Metodista de São Paulo, Waverli Neuberger, disse que a mudança climática não deve ter interferido na redução da salvinia.

"Apesar de o fim de semana ter sido de frio e garoa, o volume de chuva não deve ter sido o motivador da redução. Só quando chove em grande quantidade é que a matéria orgânica da qual a salvinia se alimenta dilui com mais facilidade e, então, ajuda a diminuir sua proliferação. Neste sábado e domingo apenas garoou", explicou a bióloga.

Para Waverli, a diminuição do volume de salvinia na Billings só tem relação com a mudança tática na retirada manual feita pelas equipes. "Se a retirada estiver mais rápida, por exemplo, a planta não está tendo tempo de crescer e, sendo minúscula, acaba dando a aparência de menor volume."




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