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Grande ABC é excluído de área de atuação de bikes amarelas

Usuários que abandonarem unidades entre as sete cidades terão de pagar multa de R$ 30

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
27/09/2018 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


O Grande ABC foi excluído pelo aplicativo Yellow Bike do perímetro urbano para uso e estacionamento das bicicletas de compartilhamento mediante aluguel. Menos de um mês depois de o Diário destacar a chegada do serviço à região, a empresa optou pela limitação do trecho de entrega das magrelas em áreas das zonas Oeste e Zona Sul da Capital. A partir de agora, usuários que abandonarem as unidades amarelas fora do trecho permitido terão de pagar multa de R$ 30.

A mudança já impactou a presença das bicicletas amarelas entre as sete cidades. No dia 3 de setembro, pelo menos 12 unidades foram localizadas em pontos do Grande ABC. Ontem, o aplicativo indicou a presença de apenas duas bikes. No entanto, a equipe do Diário foi até um dos endereços indicados, em São Bernardo, e não localizou a magrela. O outro ponto destacado fica em Diadema. O serviço custa R$ 1 e dá direito a 15 minutos de uso.

A estudante Sumaya Pereira, 21 anos, é usuária das bikes e disse “amar a modalidade”, no entanto, achou a taxa de estacionamento “absurda e abusiva”, já que, para ela, “não compensa pagar barato para o uso”, se terá custo extra ao deixar a unidade no Grande ABC. “Creio que a intenção deles (Yellow Bike) seja expandir. (A restrição) Foi uma forma de facilitar o acesso das bicicletas em região que tem demanda alta. No Grande ABC, as bikes ainda são pouco utilizadas.”

Conforme a empresa, o objetivo da demarcação de uso e estacionamento das bicicletas é o de resolver o principal desafio da Yellow nestes primeiros meses de operação: garantir a oferta e a disponibilidade das bikes em regiões com grande demanda. A startup, entretanto, destaca ter cronograma de expansão de perímetros, sem especificar se o Grande ABC está no horizonte.

Professor e gestor da Escola de Arquitetura e Urbanismo da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Enio Moro Júnior considera a decisão da empresa “erro enorme”, já que, segundo ele, foge do modelo de serviço existente em países da Europa e nos Estados Unidos. “O modal de compartilhamento é um avanço e, neste caso, em que se está limitando espaço, anda para trás. Para funcionar, este estilo de transporte tem de democratizar o espaço, atendendo toda a Região Metropolitana e não somente bairros nobres.”

Moro critica a limitação do serviço e associa a prática ao que considera “velha metáfora brasileira”. “Coisa boa é só para os ricos. É um absurdo a empresa não ter a mesma postura dos demais modais em atender o todo. É um contrassenso. Perdemos a oportunidade de qualificar o transporte público. O mercado está mais uma vez se sobrepondo ao usuário.”

Indignado, o professor considera que o poder público deveria cassar a concessão de uso do aplicativo. “O aluguel de bikes deveria atender o território como um todo.”




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