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Bônus chega ao fim com economia de 19,3 bilhões de litros
Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
03/05/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) encerrou no domingo a concessão do bônus para quem economiza água e a aplicação da multa para os que aumentam o consumo, medidas adotadas pelo governo do Estado a partir de 2014 para combater a crise hídrica. No período de vigência, as quatro cidades do Grande ABC operadas pela empresa (São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) economizaram, de maio daquele ano a março de 2016, 19,3 bilhões de litros de água, quantidade suficiente para abastecer 481.471 pessoas pelo mesmo período, pouco mais que a população de Mauá, que conta com 453.286 habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dados de abril ainda não foram fechados.

O bônus variava entre descontos de 10%, 20% e 30%, conforme a quantia de água economizada. Já a multa era dada aos que consumiam até 20% além da média, que pagavam conta 40% mais cara; e os que excediam os gastos em mais de 20% recebiam multa de 100% no fim do mês.

Com o encerramento dessas duas ações, fica a dúvida se a população manterá o consumo consciente de água. Dados da Sabesp, de comparação do primeiro trimestre de 2015 – quando a situação hídrica era delicada – com os primeiros três meses de 2016, época em que a situação começou a melhorar, dão indícios de que a economia não deve ser tão rigorosa. No comparativo de janeiro, o cenário até se manteve estável nos quatro municípios: a média de bonificados naquele mês do ano passado foi de 60,32% e em janeiro deste ano, 61,61%. Porém, na comparação dos meses de fevereiro e março, as bonificações tiveram queda. Em fevereiro de 2015, a média ficou em 67,12% e no mesmo mês de 2016, em 38,85%. Já em março de 2015 foram 69,59% bonificados e em março de 2016, 37,81%.

O ônus, que em fevereiro e março de 2015 (em janeiro daquele ano ainda não havia a medida) foi dado a 7,55% e 11,96% consumidores das quatro cidades, respectivamente, aumentou neste ano, passando para 15,45% em fevereiro e 16,38% em março, mês em que o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, declarou com exclusividade ao Diário o fim da crise hídrica.

O professor de Engenharia Hídrica da Universidade Mackenzie Antônio Eduardo Giansante ressalta que as medidas devem ser utilizadas por motivos específicos, como a crise hídrica, “não totalmente superada”, frisa. “Estamos em situação menos urgente, mas temos que nos preparar para todas as possibilidades”, salientou.

A expectativa de que hábitos econômicos sejam mantidos, ao menos um pouco, está nos dados referentes à quantidade de moradores que não tiveram o bônus, mas reduziram o consumo: em março de 2015, a média foi de 18,46%, subindo para 45,81% no mesmo mês de 2016.

Simples ações economizam dinheiro

Em tempos de água cada vez mais limitada e crise financeira, economizar é palavra de ordem. Com alguns simples investimentos é possível trazer fôlego ao meio ambiente e ao bolso.

O especialista em eficiência hídrica e diretor da W-Energy, empresa responsável por métodos de redução de desperdícios de água e energia, Wagner Cunha Carvalho, pontua algumas iniciativas. “Um regulador de vazão nos chuveiros, que custa na faixa de R$ 9,90, proporciona 40% de economia. Para torneiras de cozinha, o jet sprayer custa R$ 24 e pode economizar 70% de água. Ele possui um jato duplo, o qual pode encher uma panela rapidamente ou pulverizar a água como se fosse um chuveirinho para lavar a louça e salada”, fala ele, salientando: “É preciso criar rotina de manutenção preventiva e continuar de olho no gasto de água.”




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