O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), afirmou que a cidade dificilmente terá desfile tradicional de Carnaval em 2014, repetindo atividade simbólica realizada neste ano, na Avenida Doutor Ulysses Guimarães, no bairro Serraria.

Segundo o chefe do Executivo, o impasse recai na falta de prestação de contas da Uesda (União das Escolas de Samba de Diadema), entidade criada neste ano em substituição à Liesda (Liga das Escolas de Samba de Diadema).

O repasse de R$ 500 mil da Prefeitura para a antiga Liesda em 2012 foi contestado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), que aplicou multa aos dirigentes da instituição que cuidava do Carnaval.

Lauro disse que solicitou documentação à Uesda para que fosse redigido o contrato de transferência de verba para organização da Folia, mas apenas parte dos dados foi protocolada na administração.

“Do jeito que está (a documentação), não vou passar o recurso. Se for ter Carnaval será no moldes do que teve neste ano”, declarou o prefeito. “Passar dinheiro para alguma associação ou entidade questionada pelo TCE estarei assinando atestado de burrice e isso não vou fazer.”

Neste ano, o Carnaval de Diadema foi transformado em desfile simbólico das baterias das 11 escolas do grupo de elite do evento diademense. A mudança foi decidida poucas semanas antes do feriado, o que atrapalhou a divulgação da atividade. Por isso, foi registrada baixa adesão de público e sobraram reclamações por parte dos dirigentes das agremiações.

“A Uesda é a mesma coisa da antiga Liesda. Se você passa recurso para um mesmo objeto, é óbvio que o Tribunal de Contas vai condenar. Carnaval tem de ter, é cultura, ajuda a comunidade, mas preciso zelar pelo dinheiro público”, avaliou Lauro.

Dirigentes da Uesda não foram localizados pela equipe do Diário para comentar o assunto. A diretora foi empossadas no dia 28 de julho e, em agosto, se reuniram com o prefeito para organização do Carnaval e busca de parceria privada para a Folia.