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Com crise, 2.000 empresas deixam de exportar no Brasil
15/03/2009 | 07:03
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Mais de 2.000 empresas deixaram de atuar no comércio exterior no Brasil somente em janeiro deste ano, tanto em exportação como importação, segundo levantamento da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil).

"É um número assustador", diz o vice-presidente da entidade, José Augusto de Castro. A maior parte das empresas é de pequeno e médio porte.

Em janeiro de 2008, 9.332 empresas exportavam no País. Em janeiro deste ano, eram 8.223 (1.109 a menos). Outras 1.041 deixaram de importar. "Janeiro é um mês fraco e esse tipo de recuo costuma ocorrer, mas este ano foi muito pior", afirma Castro.

No ano passado, apenas 16 empresas deixaram de exportar no período, em relação a 2007. E outras 1.935 entraram no mercado de importação.

As exportações brasileiras são concentradas em grandes empresas e, desde o início da década, o governo federal tenta ampliar o número de companhias exportadoras. A crise global, a queda na demanda externa e as dificuldades de crédito ameaçam minar os esforços dos últimos anos.

Daniel Martins, sócio da DMM Export, empresa paulista de médio porte especializada em operações de trading e consultoria, diz que o comércio exterior ‘parou' em janeiro, sendo o pior início de ano desde 1999 para o setor. Porém, ele avalia que a situação "começa a se normalizar" em março.

Segundo o executivo, o cenário é mais complicado para exportadores do que para importadores. "A reação das exportações é mais de longo prazo, as de importação podem ser retomadas de forma mais rápida", explica.

Para Martins, as empresas que deixaram de operar são, na maior parte, as que fizeram investimentos elevados até a metade do ano passado. Com a crise, segundo ele, "95% dessas empresas estão retraindo". Para Castro, apesar do susto de janeiro, o recuo não deve ser interpretado como uma tendência para o ano. De acordo com ele, o cenário é imprevisível e as projeções, difíceis.




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