Economia Titulo Alta
Material de construção vende 10% mais

As vendas do setor cresceram 9,8% de janeiro a setembro. No acumulado do ano, o aumento foi de 11%

Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
23/10/2008 | 07:01
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O ano de 2008 tem sido bastante positivo não somente para a indústria imobiliária em todo o País, mas também para setores relacionados, como o de materiais de construção.

As vendas do segmento cresceram, de janeiro a setembro, 9,8% em comparação ao mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, o aumento foi de 11%.

Segundo Hiroshi Shimuta, diretor da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), existem alguns fatores que contribuíram ao resultado. "A ampliação do prazo de financiamento, o aumento da confiança na economia brasileira e a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre 40 itens ajudaram o setor", disse Shimuta.

Para o diretor da Anamaco, outro motivo é que, mesmo que a taxa de juros suba, as pessoas não param de construir, pois já que começaram, seguem até o fim. "Tudo indica que a crise não será tão forte para as vendas de materiais de construção, já que o setor não é exportador", afirma. "Fechamos 2007 com crescimento de 6,5%. Este ano, acredito que atingiremos 10,5%. para 2009, imaginando uma leve desaceleração, a expectativa é de alta de 8%", prossegue.

Mas, de acordo com Shimuta, o segmento deve seguir aquecido, pois nessa área tudo o que é investido é perene. "Se você compra um terreno e constrói uma casa por R$ 100 mil, ao vender, consegue R$ 200 mil. Na minha ótica é o melhor investimento que há".

Outro ponto é o déficit habitacional, ainda na margem de 8,5 milhões. "Segundo o IBGE, 20 milhões passaram da classe D para C este ano, e, portanto, melhoraram o status quo", finaliza.

Crescimento do setor se reflete na região

No Estado de São Paulo, o crescimento das vendas de materiais de construção de janeiro a setembro foi de 14,3%. No acumulado do ano, 15,2%.

No Grande ABC, apesar de não haver dados específicos do setor, pelo levantamento feito pelo Diário, a região acompanhou o movimento.

Para a Rede Construir, de Santo André, apenas nos últimos 15 dias foi sentida uma parada na comercialização. "Foram dias bastante chuvosos, em que as obras costumam cessar. A falta de cimento (que voltou 10% mais caro)também contribuiu para a redução das vendas", conta Carlos Alberto Correia, gerente da loja, que possui uma parcela equilibrada de clientes corporativos e pessoas físicas.

Nos primeiros nove meses do ano, entretanto, foi registrada alta de 12% nas vendas. "Com o aumento do prazo de financiamento e do número de pessoas empregadas, o consumo aumentou", explica Correia.

Para o Empório da Construção, de São Caetano, as vendas foram aquecidas principalmente pela procura da linha da linha de PVC e por tubos e conexões, demandados principalmente por construtoras.

Adilson Biasotto, gerente da loja, notou redução das vendas apenas em setembro, em virtude da crise financeira norte-americana, que desacelerou um pouco o boom do mercado imobiliário.

Por conta da turbulência, ambos os gerentes não sabem como deverá ser este fim de ano, período em que normalmente o comércio é estimulado por conta do Natal. "Não se sabe até que ponto a crise afetará o setor, portanto, ainda não temos expectativas", afirma Correia.




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