No dia seguinte às eleições, o Grande ABC ainda sofreu com a sujeira das campanhas. Propaganda política como santinhos, faixas e bandeiras ficaram espalhados pelas ruas e calçadas das cidades e a limpeza se tornou ainda mais difícil com a chuva que atingiu a região ontem.

No Jardim Zaíra, em Mauá, a situação foi crítica. Em duas escolas da Avenida Presidente Castello Branco, a sujeira era evidente. Na escola Francisco Lopes Negri, ainda figuravam muitos santinhos jogados na calçada.

Algumas bandeiras também puderam ser notadas,além de postes cheios de propaganda. Na escola Maria Rosemary de Azevedo, a situação foi semelhante. "É um absurdo ninguém ter limpado isso até agora. Além da gente escorregar nesses santinhos e eles grudarem no asfalto, ainda escorrem para os bueiros, entopem e causam enchentes", comentou o porteiro Edson da Silva.

A Secretaria de Serviços Urbanos de Mauá informou que o número de garis trabalhando na cidade não aumentou por conta da chuva. O serviço de limpeza foi feito como em dias normais. Caso haja necessidade, será disponibilizado um número maior de funcionários.

A situação em Santo André não foi diferente. Na escola Professor Nicolau Moraes Barros, no bairro Silveira, as calçadas próximas ficaram entupidas de papéis.

"Fazer boca-de-urna todo mundo faz, mas na hora de limpar a cidade não se vê ninguém", comentou o porteiro da escola.

Outro local onde a situação permaneceu crítica foi na Fundação Santo André. O gramado embaixo do viaduto Engenheiro Luiz Meira estava completamente tomado por santinhos. De acordo com o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), a operação de limpeza teria começado anteontem com funcionários e voluntários da Igreja Perfect Liberty.

Em São Bernardo a sujeira não ficou tão evidente. O entorno das escolas foi praticamente limpo. Restaram apenas alguns santinhos grudados no asfalto. A Prefeitura informou que depois das 17h de anteontem, uma equipe extra formada por cinquenta profissionais, além das equipes titulares, ajudaram na limpeza dos 127 locais de votação.

Em Diadema, ao redor da escola Vila Santa Maria, os papéis praticamente se transformaram em barro. "Não acredito que até agora não limparam", afirmou o ajudante Vitor Ribeiro, 20 anos. "A população não pode pagar pela sujeira dos outros", queixou-se a auxiliar Camila Fernandes, 24.