Os eleitores de três das quatro cidades do Grande ABC que poderiam ter segundo turno optaram por definir hoje o comandante do município. No dia 7, primeira fase da eleição, nenhum dos candidatos a prefeito de Santo André, Diadema e Mauá conseguiu obter mais de 50% dos votos válidos e a definição do pleito se estendeu por mais três semanas até ser decidido hoje.

Um total de 1.167.638 eleitores das três cidades (554.086 andreenses, 320.270 diademenses e 293.282 mauaenses) está apto a ir às urnas para escolher o chefe do Executivo de seu território. No Brasil, 31,7 milhões de eleitores de 50 cidades retornarão às urnas para escolher a pessoa que ficará quatro anos à frente da principal cadeira pública de suas cidades. São 17 capitais e 33 municípios considerados de interior, dentre eles o trio da região.

No primeiro turno, a briga da continuidade versus renovação terminou empatada em dois a dois no Grande ABC. Pelo lado dos que irão manter a ideologia das políticas públicas aplicadas nos últimos anos estão as cidades de São Bernardo e Rio Grande da Serra.

Na terra do automóvel e do desenvolvimento político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o prefeito Luiz Marinho (PT) foi reeleito para seu segundo mandato (2013 a 2016). Em São Bernardo poderia haver segundo turno, por ter mais de 200 mil habitantes, mas o petista obteve 65,79% dos votos válidos. Seu primeiro governo (2009 a 2012) foi aprovado pela população e seguirá pelos próximo quadriênio.

No município cravado em área 100% de mananciais preservados, o tucano Gabriel Maranhão foi eleito com 60,6% dos votos válidos. Será continuidade à administração de seu padrinho político e atual prefeito, Adler Kiko Teixeira (PSDB).

São Caetano e Ribeirão Pires foram as cidades que optaram por renovação. No município com o melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do País, Paulo Pinheiro (PMDB) obteve 63,35% da preferência do eleitorado e levou a melhor sobre a candidata governista, Regina Maura Zetone (PTB), e quebrou hegemonia petebista de 30 anos no poder.

Apesar da troca de partido no comando do Palácio da Cerâmica, muitos consideram que Pinheiro não exercerá choque de gestão, pois é ex-petebista (deixou a legenda há um ano para concorrer ao Paço) e seu grupo é formado majoritariamente por tortorellistas (políticos da ala do prefeito Luiz Tortorello, que morreu em 2004).

Na estância turística ocorreu fenômeno semelhante. Saulo Benevides (PMDB) foi eleito pela oposição com 58,31% os votos válidos. Mas até 2008integrou o grupo situacionista, liderado pelo atual chefe do Executivo, Clóvis Volpi (PV), que viu a candidatura governista de Edinaldo de Menzes, o Dedé (PPS), ser impugnada pela Lei da Ficha Limpa.

Agora, os eleitores dos municípios de Santo André, Diadema e Mauá definirão o jogo. No torrão andreense, Aidan Ravin (PTB) defende seu governo diante do oposicionista Carlos Grana (PT). Em território diademense, Mário Relia (PT) e seu grupo visam permanecer no Parque do Paço, onde estão há 30 anos, mas Lauro Michels (PV) quer colocar água no chope. Em solo mauaense, Donisete Braga (PT) representa a gestão Oswaldo Dias (PT), enquanto Vanessa Damo (PMDB) objetiva superar o rival numa das cidades mais petista da região.

Renovação ou continuísmo? Eis a questão!