Vendas da região ao Exterior contabilizam retração de 13%
nos primeiros oito meses, porém já há sinais de recuperação
As exportações do Grande ABC seguem em queda neste ano, até agora, com retração de 13% de janeiro a agosto na comparação com mesmo período de 2011. No entanto, há sinais de recuperação: as encomendas da região a outros países contabilizam o segundo mês seguido de alta, com crescimento de 13% em agosto frente ao mês anterior, depois de expansão de 15% em julho em relação a junho.
Apesar disso, os dados, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ainda geram cautela entre especialistas e representantes da indústria. "Ainda não vejo no mercado internacional nada que possa justificar a melhora. Temos de esperar mais um pouco para ver (se o comércio externo continuará reagindo)", diz o vice-diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), William Pesinato.
Para a consultora do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) Cristina Reis, a valorização do dólar frente ao real (neste ano a moeda norte-americana valorizou mais de 20%) colabora para que haja alguma reação das exportações no mês. "Mas o cenário externo continua instável", assinala.
Mesmo em relação à taxa cambial, há preocupação entre os analistas. "O governo norte-americano vai emitir moeda para elevar a liquidez na economia (ou seja, injetando mais dinheiro no mercado) e isso pode, de novo, valorizar o real", afirma o professor de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Radamés Barone.
DESTINOS - Destinos tradicionais das encomendas da região ao Exterior continuam em baixa. Um exemplo: as vendas de São Bernardo para a Argentina (principal mercado externo do município) encolheram 6% no acumulado de janeiro a agosto frente a igual período de 2011. Em segundo nesse ranking, as encomendas sãobernardenses para o México também diminuíram (13%).
Em São Caetano, a Argentina também lidera o ranking das exportações (83% do total) e, nesse caso, a redução foi ainda mais forte: 43%.
Cristina observa que a queda das exportações brasileiras neste ano não se deve somente à crise europeia.
Há, segundo ela, de um lado, questões estruturais, relacionadas à perda de competitividade - como o Custo Brasil (que inclui a alta carga tributária) ou baixo nível de investimentos. De outro lado, há as barreiras informais impostas pela Argentina, com retenção de produtos na alfândega, que atingem os setores de máquinas e equipamentos e de componentes automotivos.
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