Cultura & Lazer Titulo Música
Arlindo Cruz cai no samba

Músico gravou DVD no Terreirão do Samba; Seu Jorge e
Caetano Veloso são algumas das participações especiais

Por Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
24/09/2012 | 07:00
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Arlindo Cruz é daquele tipo de sambista que dispensa apresentações. Querido por todos e compositor de mão cheia, ele não escolheu o Terreirão do Samba, na Praça Onze, no Rio de Janeiro, por acaso para ser palco de sua festa, registrada no CD e DVD ao vivo Batuques do Meu Lugar (Sony Music), com lançamento previsto para o dia 8.

"Escolhi esse lugar pela história do samba carioca. Por toda a influência da negritude. Por lá já passou o Oito Batutos, com Pixinguinha. É em frente à primeira favela do Rio de Janeiro. Lá tem a estátua do Zumbi. Historicamente e geograficamente não tinha lugar melhor para gravar", conta o cantor em entrevista ao Diário.

As 25 canções que ilustram o DVD - no CD são 15 - levam o ouvinte à deliciosa viagem pelos batuques brasileiros, como carimbó, o bumba meu boi do Maranhão, o maracatu, o afoxé e o batuque sagrado dos orixás Ogum e Iansã, regidos pelo Pai Xangô. "A síntese do trabalho é um samba com ritmos misturados. É a essência do meu trabalho, do Brasil, com coisas da minha cidade, como a bossa nova e o balanço de Jorge Ben Jor", afirma.
Arlindo conta que, antes de realizar a gravação, o grupo ensaiou por dois meses e dedicou 15 dias para a concepção dos arranjos que as canções receberam. "Dá trabalho mas é gostoso", revela o cantor de 54 anos que diz gostar de trabalhar, "apesar do rosto de preguiçoso".

De acordo com ele, o repertório traz canções inéditas como É Religião e Vai Embora, além de novas interpretações, como a faixa Trilha do Amor, que conta com a participação de Caetano Veloso.
Além de Caetano, Arlindo convida para subir ao palco Zeca Pagodinho, Alcione, Rogê, Seu Jorge e Marcelo D2. Sombrinha, antigo companheiro de Arlindo e fundador do grupo Fundo de Quintal, interpreta Da Música e O Show Tem Que Continuar.

Outro que marca presença é seu filho, Arlindo Neto, nas canções Dona Ivone Lara: o Enredo do Meu Samba e Bum Bum Paticumbum Prugurundum."É a realização de um pai. Ele está afinado e criando. Ele é mais preguiçoso do que eu", brinca. "É muito gratificante", afirma Arlindo.

"Meu samba tem todos os ritmos", conta a respeito de ter no palco artistas de diversas vertentes musicais e de gerações diferentes. "Misturamos bem, como é a mistura da minha música. Eles deram mais molho, apimentaram as músicas. E receber amigos é fazer festa. A participação de todos esses artistas e do povo é essencial."




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