Economia Titulo Emprego
Geração de vagas
cai 30% neste ano

De janeiro a outubro, região teve abertura de 30.497 empregos
com carteira assinada, de acordo com Ministério do Trabalho

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
19/11/2011 | 07:09
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Com a desaceleração da economia, provocada pelas medidas do governo federal para conter o crédito, o Grande ABC apresentou redução de cerca de 30% no saldo de empregos com carteira assinada nos primeiros dez meses deste ano frente ao observado no mesmo período de 2010. Houve a geração de 30.497 vagas formais na região, ante os 45.069 postos abertos nos primeiros dez meses de 2010, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.

Se observado o saldo de postos criados em outubro frente aos do mesmo mês do ano passado, a retração foi ainda maior (46%). Isso se explica porque, depois do forte crescimento econômico ao longo de 2010, foi só a partir de dezembro que o Banco Central iniciou ações para frear a inflação e conter as compras a prazo. E os números do ministério mostram que o setor industrial foi um dos mais afetados pelas medidas do governo em relação ao crédito. Neste ano, até outubro, nos sete municípios, o segmento teve ritmo 45,7% menor de contratações - foram criadas 8.107 vagas entre as fabricantes, contra 14.943 no mesmo período de 2010.

Além do desaquecimento da economia, as indústrias foram atingidas pelos efeitos da taxa cambial (o real valorizado frente ao dólar), que favorece a entrada dos importados, assinala o economista Dalmir Ribeiro, do departamento de Indicadores Socioeconômicos da Prefeitura de Santo André.

Por sua vez, a área de serviços - que representa dois terços do volume de empregos na região - também teve redução nas contratações, embora em ritmo menor (28,7%).

Ribeiro explica que muitos ramos da atividade (por exemplo, logística e manutenção) estão ligados ao setor industrial, mas outras, como Saúde e Educação, têm dinâmica mais vinculada ao crescimento da renda e seguem aquecidos, pois o rendimento da população continua em alta.

O economista avalia que, com a mudança na política econômica (o que incluiu recentes reduções da taxa básica de juros), haverá espaço para a indústria crescer em ritmo mais forte em 2012, gerando mais emprego e renda.

 

Para ministro, crise europeia ajudou a enfraquecer mercado

Para o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, a crise internacional ajudou a enfraquecer ainda mais a geração de empregos, que já vinha perdendo fôlego por conta da desaceleração da atividade doméstica.

O resultado foi a criação de 126,1 mil vagas com carteira assinada no País em outubro, tombo de quase 40% em relação ao mesmo período do ano passado. Foi o pior resultado para meses de outubro em três anos. "Sentimos a crise internacional, principalmente na área da indústria", salientou o ministro, ontem.

Apesar da proximidade do Natal, quando a produção atinge o auge da capacidade para abastecer o comércio, o saldo líquido (diferença entre demissões e contratações) de novos postos formais no setor despencou no mês passado. A média mensal das contratações acima das demissões foi de 44,7 mil ao longo do ano até setembro, quando chegou a 68,1 mil vagas. Em outubro, foram magros 5.200.

Maior parque industrial do País, o Estado de São Paulo foi o que mais sofreu, fechando 11,4 mil postos. Segundo Lupi, o ritmo das encomendas está em queda e os empresários deixam de contratar, preocupados com a redução da atividade. "Os setores de metalurgia e metalmecânica são os que mais sentem a crise", pontuou.

No geral, o Estado foi responsável por 22,9 mil empregos em outubro. "No mesmo mês do ano passado foi praticamente o dobro", comparou o ministro. O que salvou o resultado ainda positivo foi o desempenho dos setores de serviços (28,6 mil vagas), comércio (15,9 mil) e construção civil (1.600).




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