O guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta terça-feira ao presidente iraquiano, Jalal Talabani, que a retirada dos americanos do Iraque é "o primeiro passo para reduzir a insegurança no país".

Segundo Khamenei, a partida das forças de ocupação é o primeiro passo para solucionar o problema da insegurança no Iraque.

"O principal motivo dessa situação no Iraque é a política dos Estados Unidos que é aplicada por alguns intermediários", disse o guia, apontando para "os terroristas e os baatistas", antigos militantes do partido Baath do presidente deposto Saddam Hussein.

Ele foi ainda mais longe acusando implicitamente Washington de ajudar "por meio de intermediários" os terroristas e de instigar "a onda de insegurança" com o objetivo de "colocar no poder um ditador como Saddam Hussein".

Talabani, que chegou na segunda-feira a Teerã, fez referência aos responsáveis pela violência em seu país: "Aqueles que são responsáveis pela insegurança no Iraque estão preocupados (com o nascimento) de um Iraque democrático e com um governo popular a sua frente".

O presidente iraquiano também mencionou implicitamente as facções religiosas e os insurgentes explicando que o dossiê de segurança não está nas mãos do governo iraquiano. “Se este dossiê tivesse sido transferido para mãos do governo, a segurança total do país poderia ter sido assegurada", afirmou o chefe de Estado iraquiano.

O aiatolá Khamenei assegurou que "se o governo iraquiano houvesse solicitado, o Irã faria de tudo o que está ao seu alcance para ajudar no restabelecimento da segurança e estabilidade no Iraque", repetindo a mesma promessa feita na véspera pelo presidente Mahmud Ahmadinejad antes de seu encontro com o presidente iraquiano.

Teerã havia feito promessas parecidas a Talabani em sua primeira visita presidencial ao Irã, um ano atrás. Talabani havia explicado na segunda-feira em sua chegada à capital iraniana que o Iraque "precisava da ajuda do Irã para lutar contra o terrorismo e restaurar a segurança e a estabilidade no país".

Khamenei considerou "que ajudar a restabelecer a segurança é um dever religioso e humano", sem precisar quais medidas seriam necessárias para que isto ocorra.

Talabani deve deixar o Irã na quarta-feira, e não nesta terça, como estava inicialmente previsto. O chefe de Estado iraquiano explicou que "o desenvolvimento da cooperação entre Teerã e Bagdá serve aos interesses dos dois países e da região".