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São Caetano busca crédito bancário para empresariado

Auricchio se reuniu ontem com superintendente do Banco do Brasil a fim de oferecer linhas de financiamento para salvar negócios

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
23/07/2020 | 00:05
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Pixabay


Diante das dificuldades econômicas apresentadas pelos MEIs (Microempreendedores Individuais), micro e pequenos empresários, devido à pandemia do novo coronavírus, a Prefeitura de São Caetano resolveu se articular com bancos em busca de alternativas de crédito para salvar os negócios da cidade. Ontem, o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) se reuniu virtualmente com o superintendente do setor público do Banco do Brasil em São Paulo, Elias Almeida.

“Diante das inúmeras demandas do empresariado municipal, inclusive relatando o não atendimento aos pedidos de empréstimos bancários, o prefeito decidiu se reunir com as instituições bancárias e solicitar olhar especial aos empresários que colhem efeitos sérios desta crise”, disse o secretário municipal da Fazenda, Jefferson Cirne da Costa.

Segundo ele, a Prefeitura informou aos bancos que dispõe de legislação que a autoriza a apoiar as instituições financeiras, seja por meio de garantia ou de subsídio no oferecimento de linhas de crédito aos empresários da cidade. “Esses empreendedores precisam de uma linha de financiamento a fim de terem crédito para capital de giro, melhorar fluxo de caixa e, de alguma forma, salvá-las, mantendo renda e empregos.”

O secretário da Fazenda destaca ainda que não foi conversado, neste primeiro momento com o Banco do Brasil, detalhes de prazos e juros de financiamento. “No entanto, estamos com uma Selic (taxa básica de juros) baixa no País (hoje em 2,25% ao ano), além do Pronamp (linha do BNDES voltado ao produtor rural) lançado pelo governo federal, mas que não chegou ao empresariado de forma maciça, trazendo taxa de 3,5% ao ano, logo, não pode ser muito diferente disso. É razoável que seja algo bastante atrativo.”

A Prefeitura também busca agenda com a Caixa, o Sebrae e o Desenvolve-SP. “O Banco do Brasil nos pediu uma semana para analisar a nossa demanda. Então, logo no início de agosto devemos ter alguma novidade quanto ao pleito.”

Para pleitear o crédito é preciso estar sediado em São Caetano, conforme Costa, cumprir pré-requisitos como condição creditícia (não estar inadimplente com bancos, ser bom pagador) e regularidade cadastral (estar formalizado).

BAQUE DA QUARENTENA

Sócia-proprietária da loja de roupas multimarcas unissex Kokanella, localizada no Centro de São Caetano há 20 anos, Roberta Birck Pandufo precisa do crédito bancário para continuar com as portas abertas. “Depois de 90 dias com a loja física fechada devido à quarentena, passamos de cinco para três funcionários. E, neste período, lançamos mão da suspensão do contrato de trabalho. Isso porque a reabertura da loja em horário reduzido (das 10h às 16h) não é sinônimo de vendas. As pessoas estão com medo de sair às ruas.”

A sócia-proprietária conta que, no período em que a loja, tradicional na cidade, permaneceu com as portas fechadas, realizou vendas on-line com delivery, mas que a comercialização representou 25% daquela que acontecia antes da pandemia na loja física. “São muitas despenas e pouco dinheiro entrando, então o crédito facilitado daria um respiro nas contas, principalmente no pagamento do aluguel, que é caro.”

Prefeituras atuam com Sebrae e Estado

Questionada pelo Diário sobre o que tem feito para ajudar o empresariado local diante das dificuldades financeiras, a Prefeitura de São Bernardo disse que mantém parceria com o Sebrae-SP para oferta da linha de crédito Empreenda Rápido, por meio do Banco do Povo Paulista, para suporte de comerciantes e MEIs (Microempreendedores Individuais) neste momento de pandemia.

“Para obtenção do primeiro crédito, o juro é zero com limite de crédito de R$ 15 mil. Para isso, é preciso ser microempreendedor individual participante dos Programas Super MEI, Empreenda Rápido e de outros programas do Sebrae-SP. Quem já obteve anteriormente junto à instituição, os juros são de 0,35% a 0,55% ao mês, com limite de R$ 200 a R$ 21 mil. Para os demais portes de empresa, a taxa é de 0,35% a 0,55% ao mês, com limite de crédito de R$ 200 a R$ 50 mil”, afirmou o Paço.

Já a Prefeitura de Santo André informou que oferece as linhas de crédito do Banco do Povo Paulista, do governo do Estado. “A ação tem como público-alvo empreendedores informais (autônomos) e formais (como MEIs).”

A Prefeitura de Ribeirão Pires também disse que atua por meio do Banco do Povo Paulista. As demais administrações não responderam até o fechamento desta edição.  




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