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USCS visa ser agente do progresso regional

Plano da universidade é trabalhar, na próxima década, para o desenvolvimento do Grande ABC

Por Evaldo Novelini
Do Diário do Grande ABC
21/05/2020 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


A Universidade Municipal de São Caetano pretende deixar de ser vista apenas como instituição de ensino superior para passar a agente do desenvolvimento econômico e social do Grande ABC. A interlocução com câmaras, entidades e instituições intermunicipais para elaborar e implantar políticas públicas é base do plano estratégico de atuação da USCS na próxima década.

Na prática, a universidade vai fortalecer seus centros de investigação e pesquisa para que eles trabalhem na identificação de gargalos que atravancam o desenvolvimento dos sete municípios. Na sequência, com o diagnóstico em mãos, a ideia é propor soluções, o que passa por disponibilizar a própria estrutura da USCS para executá-las.

“Essa é a nossa intenção”, sintetiza o reitor da universidade, Marcos Sidnei Bassi, lembrando que a produção científica e tecnológica centrada no desenvolvimento regional é uma das sete “linhas estratégicas” do plano de desenvolvimento que a USCS apresentou no sábado.

Consolidada no ramo educacional, aos 52 anos e mais de 100 mil alunos formados, a instituição pretende, segundo o reitor, dar o grande salto para transformar conhecimento acadêmico em ações que melhorem a vida do cidadão. O plano estratégico fala em se colocar “como grande referência no processo de transformação e melhoria no desenvolvimento de toda a região”.

Interessar os 9.900 alunos e 640 professores nas questões que preocupam a sociedade do Grande ABC passará a nortear o currículo dos 37 cursos de graduação da instituição. “A USCS se tornou referência em formação profissional na região; agora é preciso aprimorar a relação institucional com toda a região”, costuma dizer Bassi. A universidade possui quatro campi e salas de pós-graduação do Centro Comercial e Empresarial São Caetano, na Rua Manoel Coelho, 600.
A Agenda Estratégica de Desenvolvimento Regional inclui a elaboração de projetos de ensino, pesquisa, extensão e serviços. Para melhor dialogar com os sete municípios, a USCS pretende ampliar a realização de convênios com organismos multilaterais, como o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.

A aproximação com setores econômicos e sociais, a título de exemplo, pode resultar na criação pela USCS de cursos específicos para atender a demanda por mão de obra de uma empresa que queira se instalar na região. Saúde, educação, infraestrutura, urbanismo e mobilidade são outras áreas que podem ser melhoradas com apoio da universidade.

Além das salas de aula, a USCS pretende incluir na discussão de propostas para o desenvolvimento das sete cidades os profissionais que atuam nas clínicas de fisioterapia, nutrição, farmácia e enfermagem, no hospital e nos centros de Direito, entre outros.

Reitor valoriza contato entre aluno e professor

Durante a quarentena imposta pelo governo do Estado para conter a disseminação da Covid-19, as aulas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) – assim como as das demais instituições educacionais do País – estão sendo ministradas virtualmente. O modelo, que já era utilizado em alguns cursos, é avaliado pelo reitor do centro universitário, Marcos Sidnei Bassi, como legado deixado pela pandemia.

Embora defenda que as universidades devam ampliar o investimento em tecnologia, sobretudo para fortalecer as plataformas de educação a distância, Bassi não descarta a importância do contato entre o professor e o aluno. “Amós Oz (escritor israelense falecido no fim de 2018) diz que a tecnologia não muda a natureza humana, ela muda a vida humana, melhora as condições de vida. (Acredito que) O ser humano, após a pandemia, será o mesmo. Nós precisamos do contato humano. A espécie humana tornou-se a espécie dominante pela prática da coletividade. E isso não vai mudar”, projetou.

O reitor da USCS pontuou ainda que, apesar de a educação estar quase que dependente da tecnologia por causa da pandemia, o uso destas ferramentas “é um meio e não um fim”. “Talvez não vamos precisar de ter todas as aulas presenciais. Uma parte pode e deve ser oferecida a distância com vantagens enormes”, comentou, dando como exemplo comodidade, menor perda de tempo nos deslocamentos, qualidade de vida e a redução de custos.

Diante das mudanças no sistema educacional, Bassi explicou que, para que os alunos não fossem prejudicados durante a crise da Covid-19, a USCS reduziu o valor de todas as mensalidades em 6%. Segundo o reitor, para aqueles estudantes que perderam o emprego ou tiveram o salário reduzido, a instituição prorrogou ainda as mensalidades de abril, maio e junho para o próximo ano, quando poderão parcelar a dívida em dez vezes.

Centro educacional lança cursos remotos gratuitos

Diante do aumento do desemprego gerado pela pandemia da Covid-19, a USCS (Universidade Municipal de São Caetano), em parceria com a Prefeitura, lançará até sexta-feira o programa Capacita São Caetano, com intuito de contribuir para que a população local possa, durante o isolamento físico, realizar cursos profissionalizantes que devem auxiliar na qualificação, sobretudo para quem terá de buscar recolocação no mercado de trabalho após a quarentena.

A ferramenta educacional será ofertada gratuitamente, disponibilizando 33 cursos on-line, todos com certificado de conclusão. O projeto estará disponível somente aos munícipes da cidade e aos alunos da instituição. As inscrições já podem ser feitas através do site www.posuscs.com.br. Após o preenchimento do formulário, o interessado receberá, por e-mail, dados de acesso à plataforma virtual em que acompanhará o curso.

As opções variam desde formações básicas até as mais avançadas (veja na arte ao lado) e possuem carga horária que podem ser de quatro a 40 horas. Pró-reitor de graduação da USCS, o professor Leandro Prearo garantiu que não há limitação no número de vagas. “O estudante também poderá cursar quantas opções desejar”, garantiu.

O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), disse que a disponibilização dos cursos gratuitos à população é uma contrapartida para a cidade. “Este projeto é maneira de colaborarmos com a população durante a pandemia. Do ponto de vista social, é imensurável a importância do programa”, celebrou o chefe do Paço.

O prefeito lamentou ainda a crise enfrentada com a Covid-19, analisando que o cenário nacional vai além de danos na saúde. “Acho que vamos ver o maior (nível de) desemprego do País ao fim desta pandemia”, opinou Auricchio. BM




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