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Médicos-veterinários são acionados para frear a doença

Outras 13 categorias também serão capacitadas para auxiliar gestores no SUS se necessário

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
07/04/2020 | 00:10
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André Henriques/DGABC


O Ministério da Saúde pretende cadastrar profissionais de saúde, divididos em 14 categorias, que poderão atuar em todo País no combate ao novo coronavírus. O apoio visa auxiliar os gestores do SUS (Sistema Único de Saúde) nas iniciativas de enfrentamento da Covid-19, a partir de capacitação desses trabalhadores. Entre as áreas de atuação que serão cadastrados estão os médicos-veterinários.

A medida faz parte da ação O Brasil Conta Comigo – Profissionais da Saúde e todos os profissionais de saúde devem preencher um cadastro on-line do Ministério da Saúde, já disponível pelo site registrarh-saude.dataprev.gov.br.

Ao fim do preenchimento, o profissional receberá link para fazer um curso a distância de capacitação, com base nos protocolos oficiais de combate ao coronavírus aprovados pelo Coes (Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública).

Conforme o Ministério da Saúde informou ao Diário, os profissionais ainda estão em fase de inscrição para atuação pelo SUS e, segundo a pasta, o decreto ainda não tem uma previsão, mas vai continuar o monitoramento da necessidade das unidades de saúde.

Para os médicos veterinários a decisão ainda divide opiniões. Bárbara Heloísa Saugo, de Ribeirão Pires, acredita que o ministério, a princípio, está fazendo um levantamento dos possíveis voluntários para participar. “Já fiz meu cadastro e preciso finalizar a capacitação. Só fico preocupada de como ficará os nossos atendimentos em relação aos animais. É importante lembrar disso”, destaca.

O ministério ainda não definiu especificamente quais serão as atividades desempenhadas pelos médicos veterinários, mas os especialistas da região destacam possíveis atividades que podem realizar. “Acredito que não trabalharemos em linha de frente, mas toda nossa contribuição pode ajudar como triagem, um pré-atendimento e possíveis orientações”, detalha a veterinária de Santo André Ana Lúcia Ferreira Oliveira Meira, que já finalizou a capacitação.

A gestora do curso de medicina veterinária da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Rana Rached avalia o atendimento no SUS como inicial. “Verificação de parâmetros clínicos, como pressão arterial, frequência cardíaca, oxigenação e o atendimento de pacientes que estão a domicílio com uso de telefone e internet. Apesar de cuidarmos de espécies distintas, médicos e médicos-veterinários têm muito conhecimento em comum, não apenas pela medicina em si, mas porque integram a saúde única”, finaliza.

O Diário Oficial da União lista outras 13 áreas que deverão ter profissionais cadastrados, sendo serviço social, biologia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia e terapia ocupacional, fonoaudiologia, medicina, nutrição, odontologia, psicologia e técnicos em radiologia. 

Cuidados com os animais precisam ser redobrados


Diante da pandemia do novo coronavírus, especialistas alertam que os animais devem ter cuidados redobrados de higiene, mas ressaltam que raramente os pets desenvolvem a doença – no fim de semana, os Estados Unidos informaram que um tigre-malaia que mora no jardim zoológico no Estado de Iowa foi diagnosticado com a Covid-19.

“Existem vários subtipos do coronavírus e não é de hoje. Tanto que nas vacinas múltiplas (aplicadas para conter mais de uma doença em cães e gatos) existe dose contra o corona. Então, os animais não têm nenhuma relação com a Covid-19. Os cuidados são básicos de higiene, assim como em nós”, alerta a médica-veterinária, Ana Lúcia Ferreira Oliveira Meira.

A especialista observa as medidas a serem tomadas para quem tem cães e gatos que fica dentro de casa. “O vírus pode sim ficar nos pelos, assim como ficam em cabelos ou barba do ser humano. O ideal é limpar as patas e focinho logo quando voltar do passeio na rua com água e sabão e evitar álcool gel, que pode fazer mal aos animais”, pontua Ana Lúcia.

“Importante destacar que a pessoa que levar o animal para passear na rua não pode ser do grupo de risco. Se for idoso ou munícipe com doença autoimune deve pedir para vizinhos ou parentes fazerem o passeio e lembrar sempre da higienização ao retornar”, conta.

Caso alguém da família esteja infectado com o novo coronavírus, a médica-veterinária comenta que não pode ficar em contato com o animal, que pode contribuir para a transmissão da doença. “Pois, além de ficar com o vírus nos pelos, outra pessoa que passar a mão pode ter contato direto com a doença”, alerta.
Ainda ao retornar do passeio, a especialista ressalta que a higienização deve ser nos animais e nos donos. “Importante destacar que são os mesmos cuidados e reforçar para não abandonarem seus animais e, principalmente, tomar cuidado com as fake news, que contribuem para isso”, explica a veterinária.




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