Política Titulo Diadema
Com ‘não’ de Márcio da Farmácia, Lauro Michels escanteia Podemos

Sem participar de debates, deputado poderia subir em outro palanque

Por Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
23/03/2020 | 00:01
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 A insistente recusa do deputado estadual Márcio da Farmácia (Podemos), de Diadema, em ser o candidato governista a prefeito em outubro tem surtido retaliações por parte do prefeito Lauro Michels (PV). O Diário apurou que o verde tem excluído o Podemos, partido do qual o parlamentar é a principal liderança na cidade, dos debates em torno de montagem de chapas de candidatos a vereador e até de organização de estratégias visando o triunfo do grupo governista no pleito.

A falta de movimento pró-Podemos no Parque do Paço tem deixado a ala da legenda na cidade, ligada a Márcio, apreensiva e sem perspectiva sobre qual caminho a sigla seguirá na eleição majoritária – a sigla tende a filiar o vereador Márcio Júnior (ex-PV), filho de Márcio. Em cenário pessimista, a avaliação é de que, diante do desdém de Lauro, o partido terá de se aliar a outro candidato a prefeito na cidade ou até mesmo avaliar candidatura própria. Caso isso ocorresse, Márcio subiria em palanque adversário ao de Lauro, já que o parlamentar tem dito publicamente que não será mesmo prefeiturável.

A iminência de racha entre Márcio e Lauro também tem se materializado na estrutura de governo. O Diário já mostrou que o prefeito tem dado represálias a funcionários comissionados indicados pelo deputado no Paço, mudando os apadrinhados do deputado de postos e escanteando alguns deles na administração. “Estou aguardando o governo se posicionar (em relação ao partido no arco de alianças)”, sintetizou Márcio, que guarda trajetória política próxima a Lauro – os dois foram vereadores juntos, além de o hoje deputado ter sido secretário de Obras do verde e vice-prefeito da cidade até 2018.

CENÁRIOS
Líder do Podemos na Assembleia Legislativa, Márcio integra a base de apoio do governador João Doria (PSDB) no Legislativo paulista, o que aproxima o parlamentar do tucanato. Também já foi filiado ao PSDB e vereador pelo partido entre 2009 e 2012 – se desfiliou no último ano de mandato para ir, junto a Lauro, para o PV e pavimentar candidatura ao Paço do hoje prefeito.

Em entrevista recente ao Diário, a deputada federal Renata Abreu, presidente nacional do Podemos, afirmou que possível candidatura de Márcio a prefeito teria apoio do Palácio dos Bandeirantes. O partido, porém, já lançou a pré-candidatura de Ricardo Yoshio, recém filiado à sigla.




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