Cultura & Lazer Titulo Literatura
Obra narra curiosidades
sobre a vida de Jesus Cristo

Livro aborda a relação da arte com personagem, seus casos de cura e discute sua aparência

Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
02/01/2020 | 07:00
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Trevor Little/Divulgação


Para alguns ele é a personificação do divino, do amor. O salvador. Para outros, um homem simples que queria mudar o mundo por meio dos seus atos repletos de perdão e da caridade. Jesus Cristo pode ser visto de diversas maneiras. Há quem diga que era de pele branca e há quem diga que não, que Jesus era negro.

E é para discutir tudo isso, e muito mais, que chega às prateleiras o livro A História de Jesus Para Quem Tem Pressa (Editora Valentina, 208 páginas, R$ 26,90, em média), assinado pelo teólogo norte-americano Anthony Le Donne, que soma dez obras em sua carreira.

No livro, décimo título da coleção Para Quem Tem Pressa, o autor aposta em tom de conversa leve e convida os leitores, mesmo não cristãos, para saberem da história a respeito da vida de um dos nomes mais conhecidos do mundo.

A obra é dividida em cinco capítulos. O primeiro fala da dimensão particular e pública do biografado. Em seguida remonta à sua presença na literatura do cristianismo primitivo. A terceira parte mergulha no imaginário pré-moderno relacionado a Jesus em diversas culturas. O autor fala ainda das novas produções histórico-literárias sobre o personagem, a partir do Iluminismo (1715-1789). E, por fim, relaciona Jesus e a cultura pop sob o prisma de ideólogos, ativistas e artistas.

A História de Jesus Para Quem Tem Pressa não tem como sugestão discutir a religiosidade, mas colocar na mesa a história do ser humano Jesus Cristo.

Entre as diversas curiosidades, o historiador aborda o poder de cura de Jesus, e de como fazia isso sem o uso de ervas ou outros artefatos, mas apenas com a sua voz, segundo narrativas posteriores de sua vida.

Le Donne fala ainda sobre a opressão que os judeus sofreram do Império Romano durante o século I. O autor aborda também o convívio do personagem com prostitutas, narra de como as práticas de exorcismo eram comuns na atuação pública de Jesus.

A aparência do personagem não fica de fora. Apesar de ter sido retratado, ao longo de milhares de anos, como alguém branco e com cabelos compridos, Jesus nunca teve sua aparência descrita pelos que com ele conviveram, como explica o autor. Mas, segundo o historiador, é bem provável que Jesus tenha sido uma pessoa de estatura baixa, cabelos encaracolados e com a pele mais escura do que a que vemos nas obras de arte e ilustrações.

“Você conhecerá um Jesus encarnado e reencarnado nestes últimos 2.000 anos. O livro que você tem em mãos, portanto, não é apenas uma reconstituição da vida de Jesus. Tampouco é somente a história de uma ideia. Quando procuramos conhecer Jesus vemos nele muita coisa de nós mesmos, é possível iniciarmos um processo de autocrítica. Lido com Jesus na condição de historiador. Abordo a questão da evolução das suas representações culturais e artísticas como um observador de tendências culturais”,explica o autor.




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