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Goto diz que via assédio como boato

Técnico de Zanetti e coordenador da Seleção Brasileira de Ginástica é acusado de fazer chacota de queixas

Anderson Fattori
02/05/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Técnico de Arthur Zanetti e coordenador-chefe da Seleção Brasileira de Ginástica Artística, Marcos Goto disse nesta terça-feira que os supostos casos de assédio cometidos pelo técnico Fernando de Carvalho Lopes, do Mesc (Movimento de Expansão Social Católica) São Bernardo, eram tratados como boatos, inclusive entre os ginastas. Ele foi acusado de saber da situação, não tomar providências e até ironizar as queixas. Os casos foram revelados pelo Fantástico, da Rede Globo, domingo.

“Os fatos narrados nessa matéria, que ocorreram há mais ou menos 12 anos, como foi dito por vários declarantes, eram tratados como boatos e podem ter gerado algum tipo de gracejo na época por muitos envolvidos na ginástica, inclusive entre os próprios atletas de São Bernardo, acolhidos por mim em São Caetano. Tanto parecia boataria que alguns atletas retornaram a São Bernardo com o mesmo treinador aqui dito”, afirmou Goto, em vídeo.

Na segunda, a CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) informou que ouviria Goto sobre as acusações. Ele afirmou que não prestava serviço para a CBG na época em que os fatos teriam ocorrido. “Sobre a nota emitida pela CBG, serve esta declaração como a única que darei sobre esses fatos, visto que na época não prestava serviço à mesma, sendo única e exclusivamente um treinador do meu clube, assumindo a coordenação técnica das Seleções Brasileiras em 2017. Acho leviano o tom da matéria em relação à minha pessoa, onde o principal foco foi esquecido e os verdadeiros responsáveis e omissos estão acobertados”, afirmou.

A denúncia diz que o técnico Fernando de Carvalho teria cometido abusos sexuais durante vários anos em treinos, testes físicos e em viagens com diversos atletas. A polícia passou a investigar o caso a partir da denúncia de garoto de 13 anos, primeira vítima a relatar o fato. Fernando foi afastado da Seleção um mês antes da Olimpíada do Rio, em 2016, quando surgiram as primeiras acusações e, após a publicação da reportagem, o Mesc também o suspendeu das atividades.

REPERCUSSÃO
Atleta comandado por Marcos Goto há duas décadas, Arthur Zanetti garantiu que nunca teve problemas de assédio na ginástica artísica e lamentou o episódio vivido pelos companheiros de Seleção Brasileira. “É bem chato o que está acontecendo, mas o pensamento de todo mundo é o de que não é uma coisa certa, o assédio. Mas estão levando a fundo. Nunca passei por isso, então nessa questão eu estou tranquilo”, comentou.

Campeão olímpico na prova das argolas na Olimpíada de Londres, em 2012, Zanetti disse que já ouviu sobre assédio, mas nada além disso. “Tem os boatos que a gente ouve de um ou de outro, do amigo do amigo, mas nunca ninguém confirmou para mim ter vivido isso. Nunca alguém próximo que tenha vivido esse assédio me contou. Nunca, neste caso, não”, garantiu o ginasta, que compete por São Caetano.
 




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