Coisas do mundo da política. O PTB, partido do deputado cassado e delator do 'mensalão' Roberto Jefferson (RJ), formalizou nesta quinta-feira, após reunião no Palácio do Planalto, apoio a Luiz Inácio Lula da Silva neste segundo mandato. No entanto, ao contrário do que fez com o PMDB, por exemplo, o presidente não prometeu ampliar o espaço do partido no primeiro escalão do governo – especificamente na Esplanada dos Ministérios.

Ao deixar o encontro com Lula, o líder petebista na Câmara, deputado José Múcio (CE), adotou o discurso feito, muito utilizado por todos, de que o partido não irá exigir 'cargos' em troca de lealdade. "Apoio a gente mostra é no painel e este não tem faltado ao governo da parte do PTB. Nós já ajudamos o governo no primeiro mandato, temos um ministro no governo (Walfrido Mares Guia – Turismo)", disse Múcio.

No entanto, logo depois de afirmar que o partido não quer fazer 'barganha', o líder do PTB assinalou que o partido está pronto para participar da coalizão política. "Não tratamos do assunto coalizão na audiência. Se o PTB vier a ser convidado, vai participar, mas o que corresponde à participação é o resultado no painel."

Roberto Jefferson, que revelou para o Brasil a existência do 'mensalão' (esquema de compra de votos liderado pelo PT na Câmara dos Deputados) e depois foi cassado pelos seus colegas no plenário, é presidente nacional do PTB. Esse posto de Jefferson dentro do partido deve ser o principal entrave para o próprio partido crescer no conceito de Lula e 'abocanhar' ministérios e cargos importantes.