Política Titulo Comissionados
Lauro paga salário de vereador a derrotados em 2016

Ex-parlamentares, José Dourado e Lúcio Araújo ainda ganham R$ 10 mil como comissionados

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
07/11/2017 | 07:00
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Montagem/DGABC


A Prefeitura de Diadema, gerida por Lauro Michels (PV), paga aos ex-vereadores José Dourado (PSDB) e Lúcio Araújo (PV), derrotados na eleição de 2016, praticamente o mesmo salário de parlamentar da cidade, mas para atuarem como assessores comissionados no gabinete do prefeito.

Dados do Portal da Transparência revelam que Lúcio e Zé Dourado ganham R$ 10.031,66 por mês, frente aos R$ 10.441,81 pagos pela Câmara a cada um dos 21 vereadores eleitos. A diferença é de R$ 160,44, se a quantia for comparada ao valor do subsídio dos parlamentares de Diadema da legislatura passada (2013-2016), quando a dupla ainda exercia mandato.

Os ex-vereadores ocupam as duas vagas de assessor especial de gabinete, que é de livre nomeação. É o cargo mais bem pago no gabinete do prefeito depois dos salários do próprio chefe do Executivo (R$ 20.853,83) e do vice-prefeito Márcio da Farmácia (PV), que acumula a função de chefe de Gabinete (R$11.703,57).

Após quatro mandatos, sendo o último como presidente do Legislativo, Zé Dourado obteve 1.935 votos no pleito do ano passado e não conseguiu se reeleger. Desde então, vem atuando como interlocutor do Paço junto aos ex-colegas de parlamento. Participa, inclusive, das reuniões internas e das sessões na Casa.

A Prefeitura não informou quais as atribuições de Lúcio.

Apesar de não integrar oficialmente o primeiro escalão, o cargo de assessor especial tem status de secretário e desde o primeiro mandato de Lauro abriga aliados políticos do verde derrotados nas urnas. A função já foi exercida pelo também ex-vereador Laércio Soares (PCdoB), atual secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho.

A remuneração do posto, inclusive, também se aproxima do contracheque dos secretários municipais, de R$ 10.533,25.

Outro cargo comissionado no gabinete de Lauro cujo salário chega perto desse valor é o de Edemilson Batista de Souza, também conhecido como Bahia (PSDB). No mês passado, o salário bruto do tucano chegou em R$ 7.655,18. Em março, Bahia se envolveu em polêmica ao comparecer, em horário de expediente, na Câmara e bater boca com munícipes. Na ocasião, o Paço entendeu a ausência do apadrinhado no Paço como falta e prometeu descontar o dia não trabalhado.

Ao todo, o governo Lauro gasta R$ 100 mil por mês só com salários de 20 comissionados lotados no gabinete do verde – R$ 1,2 milhão por ano. Lauro já ultrapassou o teto de 54% da receita em gastos com pessoal fixado pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), o que pode submetê-lo a futuros processos por crimes de responsabilidade e improbidade administrativa. Entre o primeiro quadrimestre de 2016 e o mesmo período desde ano, Lauro gastou 55,53% da arrecadação (R$ 552,36 milhões) com folha de pagamento – R$ 46 milhões por mês.

O Paço não respondeu aos questionamentos do Diário. 




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