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Vamp nos palcos

Musical inspirado na novela chega à Capital; este
deve ser último ato de Ney Latorraca e Conde Vladmir

Miriam Gimenes
16/09/2017 | 07:00
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Caio Gallucci/Divulgação


 Conde Vladmir Polanski, o Vlad, para os íntimos, vai se aposentar. É que esta deve ser a última vez em que o vampiro ancião deixará expostos seus terríveis dentes pontiagudos em público, decisão de seu intérprete, o ator Ney Latorraca, 73 anos. “Não quero mostrar minha decrepitude”, justifica, após mais de cinco décadas de carreira. E quem quiser ver o personagem/ator em seus atos ‘derradeiros’ poderá fazê-lo ao ver Vamp, o Musical, que acaba de estrear no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo.

Definido como ‘revista musica l’ pelo diretor-geral Jorge Fernando, o espetáculo, que esteve no início do ano em cartaz no Rio de Janeiro, é a adaptação da novela Vamp, de Antonio Calmon, que foi ao ar em 1991 na Rede Globo. “Remontar Vamp era uma coisa que não esperava. Devo muito ao diretor Diego Morais, o responsável por esta loucura que montamos”, diz Jorge Fernando, que teve de se afastar da direção por um tempo porque sofreu AVC (Acidente Vascular Cerebral). Agora está retomando o trabalho.

A ideia com a montagem do musical, segundo ele, que também foi diretor do folhetim, não foi se aprofundar no vampirismo nem em questões religiosas. “Queríamos um espetáculo para a família, leve. A criançada vai descobrir personagens fantásticos”, garante.

Entre eles, está o já citado Vlad que, entre outras coisas – alerta de spoiler – refaz a cena icônica da novela em que dança a música Thriller, de Michael Jackson. “Estou muito nervoso com essa estreia. O ator nunca pode perder isso. Quando vou entrar no palco rezo para minha mãe e para a minha madrinha Marília Pêra. Quero fechar minha carreira em grande estilo”, diz. E bota grande estilo nisso.

Ao lado de Claudia Ohana, 54, que faz a roqueira Natasha, ele ganha o poder de teletransportar o público para a década de 1990. Nostalgia pura. “A Natasha fez parte da minha vida, tenho essa referência forte. Cantar de novo e ser uma roqueira vampira é sensacional”, diz a atriz. Ao todo, são 32 atores – incluindo Luciano Andrey, de Diadema, e Brunna Mayernyik, de São Bernardo –, 350 figurinos e 13 cenários.

Além dos hits da novela como Noite Preta, por exemplo, foram feitas mais nove composições originais por Tauã Delmiro e Tony Lucchesi, que ajudam a contar a história da cantora que vende a alma ao Conde Vlad em troca de sucesso na carreira. O vampiro-mor, no entanto, não fica incólume à beleza dela e se apaixona. Os vilões também amam.


Sucesso de audiência, folhetim virou até álbum
Mais de um quarto de século separam o musical da novela Vamp, que foi sucesso de audiência no início da década de 1990. O fato é que, quem foi criança naquele tempo, com certeza não perdia um capítulo do folhetim, que também tinha grande elenco infantojuvenil. Tanto que a editora Globo chegou a lançar até um álbum de figurinhas com os personagens da trama de Antonio Calmon.

Além dos ‘tipos’ já citados, caíram no gosto do público o atrapalhado casal de vampiros Mary (Patrícia Travassos) e Matoso (Otávio Augusto); o padre garotão, o Jurandir (Nuno Leal Maia), que jogava futebol de batina com a garotada, e a dupla de caçadores de vampiros Alice Penn Taylor (Vera Holtz) e o medroso Augusto Sérgio (Marcos Frota).

O clamor foi tanto que a novela voltou a ser reapresentada em 1993, às 16h55, na programação de férias da emissora e a história foi vendida para diversos países. Segundo Ney Latorracca, é impressionante o sucesso que o enredo faz ainda hoje. “Nas apresentações do musical que fizemos no Rio, tinham pessoas que iam vestidas de vampiro, teve gente que chegou de Natasha. Ficamos muito felizes com isso. Tivemos casas lotadas todos os dias”, diz.

Vamp – Musical. Teatro Sérgio Cardoso (Rua Rui Barbosa, 153). Até 29 de outubro, às sextas (20h30), aos sábados (17h e 21h) e, aos domingos, (16h30). Ingressos a partir de R$ 40, à venda na bilheteria ou no www.ingressorapido.com.br.




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