Dois desses peixes foram transformados em pasta na última sexta-feira, dia da inauguraçao da exposiçao ``Eyegoblack', que se realiza no Trapholt Museet de Kolding (Sul da Dinamarca), quando dois convidados nao resistiram à tentaçao de ligar o botao de funcionamento dos liqüidificadores.

Em razao de uma açao judicial apresentada pela Sociedade Protetora dos Animais, a polícia exigiu que os aparelhos fossem retirados das tomadas, ameaçando processar o diretor do museu, Peter Meyer, em virtude de uma lei que proíbe causar sofrimentos aos animais.

Meyer recusou-se a acatar a ordem, invocando o ``princípio da liberdade de expressao do artista'.

Entretanto, Meyer declarou esta segunda-feira que nao deseja que esta exposiçao, que teve uma grande afluência de público durante o final de semana, se transforme em ``matança de peixes'.

``Temos provas, graças às câmaras de vídeo, de que foi um repórter do jornal Extra Bladet quem incentivou dois visitantes a ligar o botao de funcionamento dos liqüidificadores, matando assim os peixes', afirmou.

``Seis dos oito peixinhos dourados foram roubados no fim de semana por visitantes que queriam evitar que os animais fossem destroçados. Mas o museu restabeleceu a obra completa hoje de manha', acrescentou o diretor do estabelecimento.

``O artista deixa à consciência do público a livre opçao de ligar ou nao o botao da morte. Com isso, apresenta ao visitante a pergunta: queres matar, para mostrar que nós somos a cada instante donos de decidir a vida ou a morte?', explicou Meyer.

A exposiçao ``Eyegoblack', que inclui também obras de outros artistas, como Michael Kvium, Peter Frandsen, Christian Lemmerz e Niels Bonde, permanecerá em Kolding até o final de abril e seguirá posteriormente para o Chile, Brasil e Espanha.