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Varejo, com alta de 100%, é a bola da vez na Bolsa
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30/08/2010 | 07:14
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Arquivo/DGABC


A expansão do varejo brasileiro nos últimos anos, que resistiu à crise financeira com alta de 5,9% em 2009, está aumentando o interesse de investidores pelo setor e impulsionando o crescimento das empresas. Num ano de poucos ganhos na Bolsa, com Ibovespa acumulando quedas, papéis de companhias do setor já tiveram mais de 100% de valorização. Além disso, empresas de capital fechado estão ganhando cada vez mais fundos e bancos de investimento como sócios antes de abrir capital.

"O varejo é a bola da vez na Bolsa", decreta o analista da Socopa Corretora, Marcelo Varejão. "No começo do ano, o mercado estava muito ligado nas commodities, só se falava no aumento do minério. Mas logo os olhos se voltaram para as empresas de consumo interno. Além dos fundamentos da economia muito favoráveis a elas, algumas surpreenderam com resultados fantásticos no segundo trimestre."

Entre os papéis que acompanha, Varejão cita o caso das Lojas Renner. A receita líquida total da Renner cresceu 17% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a R$ 1,2 bilhão. No segundo trimestre, período tradicionalmente frio no comércio, as vendas da rede aumentaram 13,6%. No ano, as ações da Renner já subiram 48,5%.

Outro papel que o analista passou a recomendar é o da Hering, que fabrica roupas e está em franca expansão de sua rede. Com a promessa de alcançar 325 pontos este ano, a empresa surpreendeu com alta de 26,6% nas vendas em mesmas lojas no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2009. Em 2010, as ações já valorizaram 122%.

"Os resultados da Hering têm sido bem acima da média do setor, o que tem atraído muito o mercado. Em 2009, as ações dela subiram mais de 280%", diz Varejão. Outra companhia cujos papéis tiveram valorização bem acima da média neste ano é a Marisa. As ações acumulam alta de 108,55% em 2010, puxadas pelo aumento de 20% na receita líquida de R$ 713 milhões em vendas no semestre.

Para Alexandre Pierantoni, sócio da PriceWaterhouseCoopers, exemplos como estes não faltarão na Bolsa daqui para frente, tendo em vista que o bom desempenho do setor tem estimulado a profissionalização e a consolidação. Segundo ele, operações menos vistosas estão transformando o segmento para além de grande associações como Casas Bahia/Pão de Açúcar e Insinuante/Ricardo Eletro (Máquina de Vendas).

"O varejo brasileiro ainda é muito pulverizado e, nesse segmento, escala é tudo", diz Pierantoni. "Este ano, devemos superar o número de fusões e aquisições de 2007", acrescenta, referindo-se às 58 operações que contabilizou no ano que foi considerado o melhor do varejo até a crise de 2008. O abalo mundial deu freio na consolidação, reduzindo os negócios a 38 em 2008 e 24 em 2009, mas voltou com força neste ano, turbinada por investidores.




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