Na segunda viagem que fará desde sua nomeação ao cargo, Lafer tentará dar uma orientação às relações com o Chile, abaladas por causa do anúncio de Santiago, em novembro, de negociar um acordo de livre comércio com os Estados Unidos, o que foi considerado em Brasília 'uma facada pelas costas'.
Como já fez em sua visita à Argentina, Paraguai e Uruguai, os outros membros do Mercosul, o objetivo desta viagem-relâmpago ao Chile é 'conversar sobre os cenários e falar das perspectivas e possibilidades de coordenação das impressões e posições de cada país' às vésperas da III Cúpula das Américas (20-22 de abril, em Québec), decisiva para o futuro do Acordo de Livre Comércio das Américas (ALCA).
Lafer tentará esclarecer durante o encontro a posição do Chile em relação aos prazos para a conclusão da ALCA.
Favorável até então que se antecipasse a criação do grande mercado americano para 2003, as últimas notícias de Santiago indicam que o país já não tende por uma data específica e estaria disposto a aceitar 2005 como previsto.
O Brasil não quer prazos, tal como visa a proposta apresentada na reunião preparatória de Lima, em janeiro, na qual defende que a ALCA entre em vigor um ano depois de sua conclusão, o que recebeu apoio dos países do Mercosul.
Com a chegada de Lagos ao poder, o Brasil acreditava contar com um firme apoio para reforçar o Mercosul, do qual o Chile e a Bolívia são membros associados, e apresentar-se como um bloco nas negociações da ALCA.
Neste sábado, Lafer também deve viajar a Nova York, onde encontrará o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e outras personalidades da organização, e almoçará com os embaixadores latino-americanos creditados na ONU.
A partir da próxima quarta-feira, em Washington, o chanceler tem encontros com o secretário de Estado Colin Powell; o representante do Comércio Roberto Zoellick; a assessora para Segurança da Casa Branca, Condoleeza Rice, e vários deputados e senadores, assim como o embaixador da Argentina nos Estados Unidos, Guillermo González, e um almoço no jornal Washington Post.
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