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Era uma vez a Labogen...
Por Raphael Rocha
27/02/2016 | 07:00
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Lembram da Indústria e Comércio de Medicamentos Labogen? Aquela que apareceu no início da Operação Lava Jato em relações estranhas com o Ministério da Saúde. Pois bem. A empresa de Indaiatuba, coligada com a Labogen Química Fina e Biotecnologia, teve falência decretada ontem no Diário Oficial. Tinha capital de R$ 5,4 milhões. Segundo investigação da Polícia Federal, o doleiro Alberto Youssef assumiu o controle da empresa e iniciou série de manobras financeiras e articulação para fornecer produtos superfaturados ao governo federal. Oficialmente o laboratório era administrado por Leonardo Meirelles, “operador e testa de ferro” do doleiro, segundo a PF. Em um dos grampos da apuração, o ex-deputado federal André Vargas disse que o ministro Alexandre Padilha indicou o executivo Marcus Moura para atuar no Labogen. Youssef, Meirelles e Vargas foram presos. O caso eclodiu na campanha de 2014, quando Padilha candidatou-se a governador de São Paulo. O petista passou boa parte da campanha explicando que o ministério não firmou contrato com o laboratório e que não havia indicado ninguém para trabalhar na companhia. De lá para cá, a empresa, que até aquele momento efetuara 651 “transações de papel”, ao valor global de US$ 38,07 milhões, perdeu credibilidade. Ou perdeu as condições de fazer negociações fraudulentas? Fato é que chegou ao ponto de ter a falência decretada.

Coligação
O PSB de Mauá tenta amarrar coligação proporcional com PTdoB. A parceria visa unir forças para indicar o vice o projeto de reeleição do prefeito Donisete Braga (PT). São três vereadores socialistas e outros dois trabalhistas. Seria uma chapa com grande potencial de votos. E exatamente por isso não deve vingar. Há possibilidade de diminuir o número de cadeiras dos partidos. Seria melhor saírem separados.

Tour pela Esplanada
O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), esteve em Brasília nesta semana. Fez tour pela Esplanada dos Ministérios. Falou com Miguel Rossetto (Trabalho), assessores de Nelson Barbosa (Fazenda) e Miriam Belchior (presidente da Caixa Econômica Federal). Os principais avanços foram referentes à transferência de recursos para viabilizar a ETA (Estação de Tratamento de Água), que está na pauta faz tempo, e também alternativa para dívida da Fundação Santo André, na ordem de R$ 54,6 milhões.

Agora sim
Depois de esta coluna revelar que a relação entre o vereador Márcio da Farmácia (PV) e o prefeto de Diadema, Lauro Michels (PV), não andava bem, o parlamentar mudou de postura. Antes, ficava pacato nas sessões. Nesta semana, porém, fez questão de usar a tribuna para defender o governo do verde e reafirmar o compromisso para a tentativa de reeleição ao Paço.

De volta à Volks?
O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), foi entrevistado quinta-feira pelo jornalista Mario Sergio Conti, na Globo News, na condição de líder partidário e ex-ministro do presidente Lula (Trabalho e Emprego e Previdência Social). Chamou a atenção a declaração de que voltaria a ser metalúrgico da Volkswagen assim que terminar seu segundo mandato no Executivo, em dezembro. “Preciso passar por uma reciclagem”, disse o petista, ex-pintor de automóveis. A montadora demitiu 2.500 trabalhadores nos últimos dois anos e outros 1.200 estão em lay-off (suspensão temporária dos contratos). O que faz pensar que Marinho seria recontratado após, ao menos, 32 anos sem exercer função na linha de montagem, pois em 1984 fora eleito tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos? Colaboradores experientes, atualizados, inclusive engenheiros, têm sido dispensados. Outros tantos estão afastados fazendo cursos, justamente a tal reciclagem que o petista citou. E Marinho vislumbra voltar a apertar o gatilho da pistola de pintura? Ele vai retornar ao chão de fábrica assim como o coelhinho da Páscoa vai visitá-lo em 27 de abril, caro leitor. Acredite.




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