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Assaltantes infernizam av. da Paz
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
23/11/2005 | 08:26
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A avenida da Paz, localizada no bairro Utinga, em Santo André, está em clima de total insegurança, segundo os comerciantes locais. De acordo com eles, desde que foi retirado um posto policial da área, há um ano e meio, houve aumento considerável de roubos aos estabelecimentos do bairro.

Os comerciantes já fizeram dois abaixo-assinados pedindo à Polícia Militar a volta do posto, além de solicitarem policiamento com motos no local, para pegar com rapidez os assaltantes. O comando da PM no Grande ABC informou que o posto policial não voltará, mas que, até o final do mês, haverá policiais com motos rodando na área.

O posto funcionava com a presença de dois policiais militares. Eles ocupavam uma guarita pequena montada pela própria comunidade, dentro da praça Mário Guindani, situada em frente à avenida da Paz. Atualmente, a guarita está abandonada e toda pichada.

“Desde que o posto foi desativado, acabou o nosso sossego. Os ladrões estão fazendo a festa. Nos últimos dois meses, fui assaltada três vezes. Numa das ocasiões, um dos bandidos comentou com o outro que seria ‘moleza’ roubar meu estabelecimento, pois não havia nenhum policial no posto”, afirmou a proprietária de uma casa lotérica Marlene Vilela, 45 anos, que trabalha há três anos na praça.

Particular – Marlene viu-se obrigada a contratar um segurança particular para tentar espantar os assaltantes. “Tive de tomar essa medida porque a PM não faz a sua obrigação. Pagamos todos os nossos impostos e não temos retorno nos serviços prestados”, queixou-se a comerciante.

A opinião é compartilhada pelo mecânico Marcos Barbosa Prado, 32 anos, que possui uma oficina na avenida. “A situação está tão grave que tenho de deslocar um funcionário para olhar carros de clientes que sou obrigado a colocar na rua. Já tive de arcar com o prejuízo de ter carro roubado aqui”, contou o mecânico.

Alguns ladrões também aproveitam clientes que saem dos bancos para abordá-los na rua e roubá-los dentro dos estabelecimentos comerciais, para não dar “bandeira” no meio da rua. “Na minha farmácia aconteceu isso. Levei um susto muito grande. Tive de ficar quieta senão morreria”, contou uma dona de farmácia que não quis se identificar.

“Há dois meses, quatro garotos se fingiram de clientes e pediram para cortar o cabelo ‘quadrado’. Quando eu fui cortar, anunciaram o assalto. Me levaram R$ 280”, contou o cabeleireiro Valdemar Souza, 46 anos. A maioria dos comerciantes não registra boletins de ocorrência por não acreditar na eficácia policial.

O comando da PM na região informou que desativou o posto policial porque não poderia deixar dois PMs parados no meio da praça e que outras áreas da cidade também necessitavam de policiamento. Por isso, não há planos para o posto voltar, apesar dos abaixo-assinados.

O comando da Polícia Militar também informou que, até o final do mês, haverá motos da Rocam (Rondas Ostensivas com o Apoio de Motocicletas) patrulhando a área.

Os índices criminais oficiais da região não foram informados com detalhes tanto pela PM quanto pelo 2º DP, responsável pela área. No entanto, a PM afirmou que as taxas não são alarmantes no local. O delegado-assistente do 2º DP, Marco Aurélio Gonçalves, disse que não iria se manifestar sobre o assunto.



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