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Piscinões estão sujos às vésperas do verão
Leandro Calixto e Verônica Fraidenraich
Do Diário do Grande ABC
23/10/2005 | 07:39
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Os 18 piscinões do Grande ABC estão tomados pelo mato e se transformaram em depósito de lixo e entulho. A pouco menos de dois meses do início do verão, os reservatórios não apresentam nenhum tipo de manutenção. Na última semana, a reportagem do Diário percorreu todos os piscinões. Em alguns, o mato chega a quase 40 cm de altura e vira pasto para cavalos.

Nas proximidades do piscinão do Jardim Zaíra, em Mauá, nenhum morador consegue ficar com a janela aberta. O cheiro de esgoto e lixo é insuportável. O oficial de fundição Genivaldo Ribeiro, 42 anos, diz que a Prefeitura nunca limpa o local.

Conscientes da falta de investimento para manutenção, os prefeitos da região discutem constantemente a possibilidade de o governo estadual assumir parte dos trabalhos de limpeza. O projeto será levado ao governador Geraldo Alckmim (PSDB) no próximo mês. A limpeza anual dos piscinões da região custa cerca de R$ 4 milhões.

O diretor do Daee (Departamento de Água e Energia Elétrica), do Estado, Ubirajara Félix, diz que o acúmulo de lixo e mato não afetam substancialmente a capacidade dos reservatórios, mas recomenda a manutenção pelo menos a cada seis meses. "Se não fizerem nada agora, com o decorrer do tempo a situação vai ficar insustentável. Além do mais, tem a questão ambiental. Um visual como esse dá impressão de total abandono", disse o diretor.

Em São Bernardo, a pior situação é no piscinão da Chrysler, onde há grande acúmulo de lixo e o cheiro é terrível. A Secretaria de Obras da cidade informou que os problemas são decorrentes das chuvas de setembro e que a limpeza é feita constantemente. Porém, não informou com qual freqüência.

Nos dois piscinões de Diadema - Piraporinha e Ecovias/Imigrantes - a situação é um pouco melhor. Embora esteja coberto de mato, o acúmulo de lixo é menor. A Prefeitura informou que a manutenção é feita a cada três meses, quando é carpido o mato e são retirados terra, galhos, árvores e garrafas plásticas. A última limpeza, segundo a Prefeitura, ocorreu em julho. E caso não chova nos próximos dias, existe o plano de fazer uma nova limpeza.

Dos reservatórios visitados pela reportagem, a situação mais preocupante está em Mauá. Os piscinões do bairro Capuava, do Jardim Zaíra, da Vila Noêmia e do Jardim Sônia Maria têm excesso de lixo, mato e lama. O aspecto de abandono é evidente. A Prefeitura informou que os locais são visitados quase todos os dias. A última limpeza teria ocorrido há quatro meses. Em virtude das últimas chuvas, a Prefeitura diz que iniciou a limpeza no piscinão do Paço Municipal. A reportagem não presenciou nenhum funcionário trabalhando no local.

Os quatro piscinões existentes em Santo André têm mato, entulho e lixo. É o que pode ser visto no piscinão de Santa Terezinha, onde o mato é alto, o que demonstra falta de manutenção no local. O piscinão do bairro Bom Pastor, na rua Simões Dias, é o maior da cidade. Construído pelo governo do Estado e mantido pelo município, o mato alto denuncia a falta de manutenção.

O Semasa informa que a limpeza dos piscinões com equipamentos e caminhões é realizada até duas vezes por ano. Neste ano, a limpeza ocorreu entre os meses de junho a agosto. A capinagem, segundo o órgão, é realizada a cada três meses e a fiscalização e limpeza de gradeamento e comporta, semanalmente, e a cada chuva. O Semasa diz que gasta cerca de R$ 750 mil com a manutenção dos tanques e que esses serviços são de eficácia técnica "indiscutível", pois diminuíram drasticamente as enchentes nas regiões onde se encontram.

Em São Caetano, o único piscinão da cidade, localizado na avenida Guido Aliberti, recém-inaugurado, está em perfeitas condições. O reservatório é todo de concreto. São várias piscininhas que facilitam a entrada de caminhões e funcionários para fazer a limpeza. A Prefeitura promete destacar equipe para limpar o reservatório periodicamente.




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