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Pesquisa aponta aumento da prostituição no Japão
Por Das Agências
02/04/2002 | 12:05
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Os mercados das drogas baratas e da prostituição andam de vento em popa no Japão, apesar da recessão e, em parte, graças a ela, mas seus preços caem, o que torna este tipo de atividade mais perigosa, avaliam especialistas do Instituto de Pesquisas Dai-Ichi Life, que estuda a economia em depressão do país.

"Houve um grande aumento dos lucros produzidos pelo crime organizado e pela indústria do sexo", disse nesta segunda-feira Takashi Kadokura, economista do instituto, ao clube de correspondentes da imprensa estrangeiros no Japão.

"A palavra-chave para explicar esta expansão é a baixa dos preços. A causa deste fenômeno é que muitos consumidores são atraídos por este setor, que aumenta", acrescentou.

Os fundos ilegais administrados pelas yakusas, máfias japonesas, passaram de 820 bilhões de ienes em 1990 a 1,9 trilhão em 1999 (US$ 6 e US$14 bilhões, respectivamente). "Uma boa parte deste dinheiro vem do tráfico de drogas", segundo Kadokura.

O dinheiro que vem da extorsão ou das apostas diminuiu devido a uma nova lei (promulgada em 1992) de repressão dessas atividades, mas o tráfico de drogas, principalmente da China para o Japão, é particularmente crescente e traz uma nova fonte de lucros.

Os japoneses consumem principalmente anfetaminas, cujos preços caíram vertiginosamente nos últimos anos, transformando-se em drogas acessíveis para os estudantes do segundo grau. "É por isso que, apesar dos preços caírem, há um grande número de novos consumidores e as yakuzas podem obter grandes benefícios", acrescentou.

Esta tendência é registrada também no setor da prostituição, onde aconteceu uma multiplicação das casas de massagem e dos bordéis baratos. Os lucros aumentaram de um trilhão de ienes em 1990 a 1,7 trilhão em 2000 (de US$ 7,5 a US$ 12,7 bilhões). Uma "massagem" custa somente 10 mil ienes (cerca de US$ 75), enquanto nas casas mais luxuosas se cobra 60 mil ienes por um serviço similar.

A recessão econômica favoreceu também o aumento da prostituição. As mulheres que não encontram trabalho se vêem obrigadas a se prostituir e a queda dos preços faz com que aceitem cada vez mais clientes. Isso torna "este comércio seja cada vez mais perigoso", além de ser moralmente condenável", disse Kadokura.




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