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Empresas investem em serviços de downloads para celulares
Por Luciele Velluto
Especial para o Diário
12/04/2005 | 12:15
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As operadoras de telefonia celular estão de olho no mercado de serviços oferecidos aos usuários, principalmente na parte de downloads e juntamente com sites de conteúdo sempre investem em novidades em tons, imagens e jogos. No Brasil, o mercado movimentou R$ 250 milhões em 2004, o que representa de 4% a 5% da receita total das operadoras neste ano. Algumas empresas do segmento apostam na demanda de mercado e estimam crescimento de cerca de 40% para este ano.

“O mercado em geral deve crescer entre 35% a 40% em 2005. Até por ser novo, apresenta fortes taxas de crescimento”, diz Leonardo Xavier, diretor da Tellvox, empresa de conteúdo para telefonia celular proprietária da marca Ligaki (www.ligaki.com.br).

Comparado com outros países, o valor é baixo e ainda há espaço para crescimento. Na Europa, serviços de valor agregado, como os de sons, imagens e jogos para celulares representam cerca de 20% do lucro das empresas de telefonia celular. O mercado desses produtos movimentou cerca de US$ 3 bilhões em todo o mundo no ano passado.

Segundo Alexandre Magalhães, analista de internet do Ibope/NetRatings, os downloads foram um dos fatores que aumentaram a audiência dos sites das operadoras de celulares, além das mensagens SMS gratuitas. Junto com as empresas de telefonia, também embarcam na audiência os sites que oferecem conteúdo para celulares. O público desse tipo de produto é de maioria jovem, com média de 12 a 24 anos, que consome desde músicas até protetores de tela e jogos, o que torna os celulares personalizados. Em 2004, foram 80 milhões de músicas baixadas no país.

Além dos toques monofônicos e polifônicos, existem as músicas “reais”, conhecidas como truetones ou realtones. As canções, de formato MP3, são as mais caras dos downloads de sons e poucos celulares são compatíveis com essa tecnologia. “Enquanto o monofônico traz uma nota por vez e o polifônico tem até 32 notas por vez com uma composição harmônica melhor, os truetones constituem a música completa”, explica André Mafra, gerente de conteúdo da Vivo.

Os preços variam nas operadoras. São cobrados de R$ 2 a R$ 3,99 para os tons monofônicos e polifônicos e de R$ 4,50 a R$ 5,50 para os truetones. Da quantia paga, 10% vai para direitos autorais, 30% para impostos e o restante é das operadoras e parceiros, como sites de conteúdo e produtoras.

A Vivo oferece cerca de 2 mil músicas para seus clientes entre tons monofônicos, polifônicos e truetones. São 2,5 milhões de downloads de toques para celulares por mês. “O serviço cresceu mais de 200% entre 2003 e 2004. A demanda é muito grande”, conta Mafra. Outro serviço de bastante adesão é o de relacionamento, chamado Vivo Cupido, que tem cerca de 1,4 milhões de cadastrados.

A Claro dispõe de mais de 1,5 mil músicas nas três versões de tons. A média mensal de downloads é de 4,5 milhões. O truetones são oferecidos apenas no formato MP3. Já a Tim informa em seu site que estão disponíveis cerca de mil tons para celular nas três versões. Os sons para celular podem ser baixados pelos sites das operadoras por SMS ou Wap. O tipo de som e a execução do download irá depender do modelo do celular.

Além das operadoras, empresas de conteúdo para celular também oferecem serviços de downloads. A Toing possui parceria com todas as operadoras e realiza 1 milhão de downloads por mês, principalmente de suas 750 músicas, que representam 90% das operações da empresa.

O Ligaki, da Tellvox, empresa de conteúdo ligada as operadoras de todo o país, prevê crescimento para este ano no número de usuários. “Temos 2,1 milhões de usuários e pretendemos chegar a 3 milhões, um aumento de 50%”, diz Leonardo Xavier.

Tanto as operadoras quanto as empresas de conteúdo garantem que o usuário só paga uma vez pelo download. Os lançamentos acompanham as novidades das rádios e geralmente ficam nas primeiras posições dos toques mais baixados.

Personalização – A estudante de administração Helen Tiemi Akamine, de Santo André, costuma personalizar o toque de seu aparelho. “Agora mudei de celular e estou tentando baixar as músicas que gosto. No meu aparelho anterior, eu tinha pelo menos umas dez”, afirma.

Ela também conta que, por seu celular só aceitar tons polifônicos, nunca ligou para o preço do download. “Se eu tenho créditos, eu baixo. Nunca me dei conta de quanto custa”, completa.



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