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Santo André adere ao Outubro Rosa nesta 6ª
Por Lola Nicolás
Do Diário do Grande ABC
30/09/2010 | 07:04
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Santo André vai brilhar intensamente a partir de amanhã. A cidade abraçou a campanha Outubro Rosa, que consiste na luta de conscientização e prevenção contra o câncer de mama. Durante todo o próximo mês, o Paço Municipal estará iluminado, logicamente, de rosa. O nome remete à cor do laço que simboliza mundialmente essa luta e estimula a participação da população, empresas e entidades. A solenidade de troca da tonalidade das luminárias externas da Prefeitura acontecerá às 18h30.

A primeira-dama Denise Ravin, presidente do Fundo Social de Solidariedade, não disfarça o contentamento por ser Santo André a primeira cidade do Grande ABC a aderir a tão importante alerta social. "Ao deixarmos o prédio cor de rosa estaremos iluminando as mulheres para que não se descuidem e façam exames preventivos periódicos. Sinto-me realizada em poder contribuir na transmissão dessa mensagem, que, torçamos repercuta em outras cidades."

O Outubro Rosa começou em 1997 nos Estados Unidos. Lá, vários estados tinham ações isoladas referentes ao câncer de mama e ao exame de mamografia. Com a aprovação do Congresso norte-americano, outubro tornou-se o mês nacional (deles) de prevenção. A cor rosa remonta à última década do século 20, quando o laço cor-de-rosa foi lançado pela Fundação Susan Komen for the Cure e distribuído aos participantes da 1ª Corrida pela Cura, realizada em 1990 em Nova York. Desde então, a corrida é promovida anualmente.

A ação de iluminar monumentos, prédios públicos, pontes, teatros e até o Cristo Redentor surgiu gradativamente. O importante é que se trata de uma forma prática para a expansão cada vez mais abrangente da mensagem da campanha junto à população. E Santo André entendeu o significado e a importância dessa mobilização. "Ano passado, a ONG Viva Melhor nos procurou solicitando que o prédio da Vigilância Sanitária, onde ocupa duas salas, pudesse ter na fachada um enorme laço cor-de-rosa, no que foi prontamente atendida. Os voluntários da entidade promoveram série de ações pela cidade, naquele mês, inclusive com caminhada. Fui escolhida madrinha do movimento e participei de cada atividade", revela Denise.

Neste ano, a ONG novamente iniciou conversações com a presidente do Fundo de Solidariedade sobre as ações da campanha. Uma tenda foi montada no principal corredor comercial de Santo André, na Oliveira Lima, onde os voluntários dirimem dúvidas e orientam a população. Mas faltava algo mais.

"Após análise de série de procedimentos na Prefeitura, conseguimos realizar o desejo da Viva Melhor, e meu também, de iluminar o Paço. E apesar de os homens acharem que o rosa significa campanha feminina, o Outubro Rosa objetiva também prevenção do câncer neles. Homem também tem câncer de mama", elucida Denise, ressaltando que o objetivo da iluminação é passar a mensagem da prevenção.

"A gente sabe o quanto é importante. Quem passou por essa situação, sabe o quanto a prevenção é fundamental. E, principalmente, com a medicina tão evolutiva quanto a nossa, é importantíssimo fazer a prevenção."

PRÓTESES E PERUCAS
A ONG Viva Melhor tem como objetivo facilitar a reabilitação física, emocional e estética de mulheres com câncer de mama. Por meio de reuniões, palestras, caminhadas e outras atividades, a associação realiza trabalho de conscientização na sociedade sobre a importância de realizar os exames periódicos como prevenção da doença. Também oferece atendimento totalmente voltado à assistência da mulher com câncer, que vai desde o acompanhamento psicológico, orientação no tratamento até a doação de próteses.

No ano passado, a instituição emprestou 49 perucas, doou 219 próteses. Sua estrutura permite a produção de 50 próteses/mês que são confeccionadas por voluntários e contam com quatro máquinas de costura, além do empréstimo de cerca 16 perucas/ mês.
ONG Viva Melhor (www.grupovivamelhor.org.br) - Tel. 4975-0334

Pesquisa mostra que 39% das brasileiras não temem doença
O câncer de mama não é uma preocupação para boa parte das mulheres brasileiras, já que 39% delas acreditam que são imunes à doença, de acordo com pesquisa do Instituto Avon, divulgada ontem, em São Paulo. Para 56% das entrevistadas, a razão para acreditar que não poderiam desenvolver a doença está no fato de não terem nenhum caso de câncer de mama na família. Elas também citam para a explicação dessa crença a alimentação adequada (23%) e o hábito de não fumar (22%).

No entanto, a realidade desmente essas suposições. Em 90% dos casos de câncer de mama não há componente hereditário
ou familiar e 70% das mulheres não apresentam fatores de risco, segundo Rita Dardes, ginecologista e mastologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e diretora médica do Instituto Avon. "Basta ser mulher e envelhecer para estar no grupo de risco", afirmou.

O presidente da Avon Brasil, Luis Felipe Miranda, destacou que, com mais informação, a doença deixaria de ser a primeira causa de morte por câncer no País entre as mulheres. O desconhecimento encontra respaldo em outro dado da pesquisa: apenas 23% das mulheres se consideram muito informadas sobre a doença.

Gisele Lozovoi Cifarelli, por exemplo, foi diagnosticada com câncer de mama no começo deste ano. Foi o primeiro caso na família dela. "Perdi o chão. A gente toma um susto. Ainda mais que foi logo após a minha separação. Eu ficava pensando como seria a vida da minha filha de 9 anos."

Ela precisou fazer quimioterapia e teve removido o seio do lado direito. Gisele ficará em observação intensa e em tratamento regular até 2015. Ela é uma das personagens da mostra itinerante de 49 fotografias em preto e branco De Peito Aberto, que a Avon inaugurou junto com a divulgação da pesquisa. O projeto é do fotógrafo Hugo Lenzi e de sua esposa, Vera Golik. A exposição, que ficará no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, até o próximo dia 8, percorre os sentimentos que sobressaem desde a descoberta do câncer de mama, passando pelo processo de tratamento, até a superação da doença. (Da AE)




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