Segunda, a partir das 11 horas, representantes do PT, PSB, PCdoB e PDT reúnem-se, na sede da Associaçao Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro, para discutir divergências em relaçao ao tema e tentar viabilizar a CPI.

"As vezes, movimentos de criaçao de CPIs sao irresistíveis. O juiz Nicolau, por exemplo, pode ser preso e falar", justifica o líder do PCdoB na Câmara, Sérgio Miranda (MG). Ele acredita que nem mesmo a interferência do governo ou a rejeiçao da base aliada no Congresso serao capazes de impedir uma CPI, caso o juiz Nicolau dos Santos Neto apareça e preste depoimento.

O líder do PDT na Câmara, Miro Teixeira (RJ), também torce para que o ex-presidente do TRT paulista seja preso e decida falar. "Nicolau é arquivo fundamental. Ele pode se valer da lei que garante reduçao da pena, ou até mesmo querer revelar que nao é único autor do desvio", argumentou o deputado.

Ele também está confiante na investigaçao feita pelos procuradores do Ministério Público. "O trabalho pode acrescentar fatos que mobilizem a opiniao pública", justifica, argumentando que esse tipo de episódio traz dificuldades iniciais, mas que podem ser superadas. "Lutamos um ano para instalar a CPI do Collor e dos anoes do Orçamento", lembrou.

Miro Teixeira garante que o PDT está coeso em torno do pedido de instalaçao da CPI e que houve um equívoco na divulgaçao de que o partido seria contrário à medida. "O PDT foi o primeiro a sugerir uma CPI, só que decidimos mudar de instrumento regimental para facilitar sua aprovaçao", justifica o deputado, para o aparente recuo do partido em relaçao ao tema. "Nao podíamos prometer, também, a instalaçao de uma CPI imediatamente, até porque ainda precisamos coletar assinaturas". Sao necessárias 171 assinaturas de deputados e de 27 senadores para se criar uma CPI mista, como o PDT propoe.

O pedetista confia que ainda é possível convencer o PPS a apoiar a instalaçao da CPI, apesar de o partido ter divulgado nota oficial, na semana passada, colocando-se contrário. Miro Teixeira disse que vai procurar o presidente do PPS, senador Roberto Freire (PE), para tentar convencê-lo a apoiar a comissao e obter uma posiçao coesa da oposiçao em torno do assunto. "Ninguém ainda tentou convencê-lo".