Diadema começa a ordenar o trânsito da cidade a partir de sexta-feira. Três corredores principais – as avenidas Casa Grande, Ulysses Guimarães e Fábio Eduardo Ramos Esquível, que também inclui as avenidas Kennedy e corredor ABD – serão ocupadas por um pelotão de agentes. São 22 profissionais que atuarão de forma ostensiva, 24 horas por dia. Esse é o primeiro passo de um projeto que prevê ainda a instalação de câmeras de monitoramento do tráfego e a contratação de adolescentes para disseminação de conceitos de educação no trânsito.

O processo de seleção dos jovens começa até o fim deste mês e vai priorizar os veteranos que participam do Adolescente Aprendiz, programa que atrai para a escola jovens em situação de risco, entregando uma bolsa-auxílio para aqueles que se mantêm matriculados. “Esses jovens já se formaram na escola. Agora, vamos oferecer a eles um emprego”, afirma o secretário dos Transportes de Diadema, José Francisco Alves. O trabalho do grupo deve consistir em auxiliar na travessia de pedestres e fornecer informações a pedestres e motoristas sobre ruas e avenidas do município.

Para dar suporte a esse trabalho deverão ser instaladas câmeras em diversos pontos. No entanto, a compra do equipamento ainda não foi efetuada, o que deve ocorrer dentro de 90 dias. Quando as câmeras forem instaladas será criada ainda uma central de monitoramento. Enquanto o reforço eletrônico não chega, os agentes terão que se desdobrar no trânsito. Para facilitar o vaivém dos profissionais, uma frota formada por 12 veículos – entre carros, motos e caminhões – foi agregada à recém-criada Secretaria dos Transportes.

Até então, a divisão contava apenas com um Gol com 15 anos de uso. O veículo continua na garagem da secretaria, mas passou por manutenção – assim como os outros 11 veículos da frota, que pertenciam a outras secretarias e foram uniformizados. A recuperação dos veículos custou cerca de R$ 60 mil à Prefeitura e para manter a estrutura será necessário investimento mensal de R$ 48 mil. A administração espera bancar esse serviço com recursos provenientes da cobrança da taxa de travessia.

O tributo é cobrado de empresas de transporte que atravessam a cidade com caminhões de dimensões acima das convencionais. O valor a ser pago varia de acordo com o modelo do veículo. Mesmo a menor taxa, no entanto, é salgada: R$ 1.173. Ao receber o pagamento, agentes de trânsito traçam uma rota segura para o motorista para que não venha a causar danos em viadutos, semáforos e placas por conta da altura do veículo. A cobrança é prevista em lei municipal mas, segundo a própria Prefeitura, não era feita.

No ano passado foram oficializadas 23 travessias do gênero. “Esse número é muito inferior ao volume real de travessias, que gira em torno de 500. Hoje, para evitar a fiscalização, os caminhoneiros fazem a viagem à noite ou na madrugada, quando não há fiscalização nas ruas”, afirma o secretário dos Transportes, José Alves. Teoricamente, isso vai acabar a partir de sexta-feira. O novo esquema de trânsito da cidade vai garantir a presença de agentes de trânsito nas ruas a qualquer hora do dia. Além de caminhões, também estão na mira da administração o estacionamento irregular de veículos, paradas impróprias para carga e descarga, além de conversões proibidas e outras infrações de trânsito.

Em outros pontos da cidade, serão instalados ainda 30 semáforos para pedestres com emissão de som. O equipamento é destinado à orientação de deficientes visuais no trânsito. O primeiro deles será ligado nesta quinta-feira, em caráter experimental, na praça Castello Branco, próximo da escola municipal Olga Benário, que atende a portadores de deficiência.