Nenhuma loja está autorizada a vender fogos de artifício em Santo André. A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação informou, ontem, que não há, em vigor no momento, nenhum "alvará de funcionamento para estabelecimento com venda de fogos de artifício." A Prefeitura e a polícia estão apertando a fiscalização a esse tipo de comércio.

Dois bazares foram fechados ontem por venderem artefatos explosivos. A quantidade de material apreendido não foi informada. O cerco ao comércio de fogos começou a fechar um dia após a explosão do bazar Pipas e Cia, na Rua Américo Guazelli, Vila Pires. O acidente deixou dois mortos, 12 feridos e cerca de 100 desalojados. Cinco casas, inclusive a loja, ficaram totalmente destruídas. Outros 30 imóveis foram interditados pela Defesa Civil e 15 carros foram danificados. A polícia suspeita que uma fábrica de explosivos funcionava no local.

FISCALIZAÇÃO
O primeiro bazar visitado pela fiscalização funcionava há cerca de seis anos na Rua Dias da Silva, Vila Junqueira. Policiais apreenderam caixas de explosivos do Junior Pipas, alegando que o dono do estabelecimento não possuía o alvará da Prefeitura nem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros.

O proprietário fechou a casa e foi prestar depoimento no 6º DP. Cerca de uma hora depois, o local recebeu a visita de fiscais da Prefeitura. O dono da loja não foi localizado para dar entrevista. "Ele sempre foi muito cauteloso", diz a dona de casa Maria Ribeiro, 55 anos. "Dizia para a gente que não tinha muito explosivo lá dentro. Até porque, a família inteira dele mora aí. E ele tem medo de algum acidente."

Outro alvo da fiscalização foi o Dimi Pipas, na Rua Basílio de Magalhães, na Vila Condomínio Maracanã. Uma das donas do local argumenta que eles possuíam autorização da Prefeitura, embora faltasse a vistoria dos bombeiros. "Acho que esse ano, já acabou para a gente. Vamos perder o mês de dezembro, que daria um bom movimento", afirma a mulher, sem se identificar.

VISTORIA NA CAPITAL
Ontem, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) pediu um levantamento completo da situação do alvará de funcionamento de todas as lojas de fogos de artifício da Capital. A lista deve ser elaborada pelas 31 subprefeituras até quarta-feira.

A portaria da prefeitura da Capital determina que os estabelecimentos irregulares sejam fechados, e o material, apreendido. O secretário de Controle Urbano, Orlando Almeida, admite que, após o levantamento, a prefeitura pode propor o endurecimento da legislação ou até a proibição da venda de explosivos.