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Sindicato espera 850 vagas na Ford
Eric Fujita
Do Diário do Grande ABC
21/09/2005 | 08:25
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Pelo menos 850 novos empregos. Essa é a expectativa sobre o novo modelo que a Ford deverá fabricar na unidade do Taboão, em São Bernardo. Sindicalistas afirmam que as negociações com a filial brasileira estão bastante adiantadas e que o novo carro popular a ser produzido – depende ainda da aprovação da matriz norte-americana – será o mais competitivo do mercado a partir de 2007.

As novas vagas devem surgir com a terceirização de setores e a implantação de um condomínio industrial dentro da fábrica da região. As ações fazem parte de uma série de medidas para reduzir custos, o que teria conseqüências diretas no preço final do produto.

Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT) e diretor da entidade na Ford, Rafael Marques, esses postos de trabalho seriam indiretos e desvinculados da montadora. Os excedentes da linha de produção seriam transferidos para outros setores para dar conta do aumento de trabalho, dando lugar aos terceirizados.

Para garantir a vinda do projeto na região, a empresa já mantém intensas negociações com algumas fornecedoras e prestadoras de serviço. No entanto, Marques não soube informar o nome das escolhidas.

Já a Ford confirmou que a matriz americana requisitou a elaboração de projeto de um carro popular para ser produzido na fábrica do Grande ABC. No entanto, não mencionou número de empregos a ser gerado com a iniciativa. A empresa não pretende mais comentar o assunto até o anúncio de uma definição.

A divulgação de detalhes sobre o novo veículo é aguardada na primeira entrevista que será concedida no próximo mês pelo novo presidente da Ford do Brasil, o americano Berry Engle. O executivo assumiu o cargo no dia 1º de setembro, quando este posto foi restabelecido pelo presidente da montadora na América do Sul, Antônio Maciel Neto.

Antes desse anúncio, o sindicato e Ford voltam a discutir a questão em reunião programada para as 14h de quarta-feira. Sindicalistas irão cobrar uma definição por parte da companhia para garantir o nível de empregos na unidade, hoje com 4 mil trabalhadores.

Além do condomínio industrial, a proposta de trazer um novo modelo a ser construído no Grande ABC prevê a terceirização do setor de segurança patrimonial e parte da área logística. O acordo estabelece ainda a redução do período de folga dos funcionários da ala de pintura.

Vagas – O sindicalista Rafael Marques destacou que o condomínio industrial de autopeças será responsável por 500 empregos do total previsto. Pelo projeto discutido, o espaço dentro da Ford abrigará oito fornecedores da montadora no local onde operou a antiga ala de peças e acessórios da fábrica. "A expectativa é trazer os fornecedores que causam mais gastos para a Ford com o transporte de peças."

Os outros 350 postos seriam assumidos pelas prestadoras que ficarão responsáveis pelos setores de segurança e parte da logística da fábrica.   "O ritmo de produção deverá aumentar com o acréscimo desse modelo na linha de veículos fabricados por essa fábrica. A conseqüência será a necessidade de mais trabalhadores", destacou Marques. A previsão para esse ano é de se fabricar 48 mil veículos leves, dos modelos Ka, Fiesta Street e picape Courier. A unidade também produz os caminhões da marca.

Caminho certo – Para o consultor da Beer Consult e ex-vice-presidente da General Motors André Beer, a Ford está no caminho certo para tornar o novo produto mais competitivo no mercado. Ele destacou que a implantação de um condomínio industrial dividirá os custos de infra-estrutura entre montadoras e as fornecedoras. "Com isso, a medida refletiria para baixo nos gastos de fabricação com o veículo."




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