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Aumento da gasolina chega a 10%
Por Clarissa Cavalcanti
Do Diário do Grande ABC
14/09/2005 | 08:31
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Os postos de combustíveis do Grande ABC aumentaram entre 8% e 10% o preço da gasolina para o consumidor final, segundo o Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Grande ABC). No geral, os postos da região reajustaram em R$ 0,20 o valor do combustível. O repasse é conseqüência do aumento anunciado na última sexta-feira pela Petrobras (que passou a vigorar a partir da zero hora de sábado) de 10% para a gasolina e 12% para o diesel.

O presidente do Regran, Marcos Campagnaro, acredita que a maioria dos 440 postos da região já repassou o reajuste para o consumidor. "Fomos surpreendidos e ninguém se preparou. Só quem tinha estoque pôde segurar um pouco os preços."

Gilmar Santana, gerente do Posto Zangão, de São Caetano, reajustou os preços já na manhã de sábado porque o estoque de combustível estava baixo. No posto, o litro da gasolina passou de R$ 2,09 para R$ 2,29 e o do diesel, de R$ 1,69 para R$ 1,89. O Posto Catequese, de Santo André, repassou o mesmo aumento. O administrador Eder dos Santos justifica que a falta de estoque fez com que o reajuste acontecesse no sábado.

No posto Recanto, de São Bernardo, o litro do combustível custava R$ 2,14 e passou para 2,34. O gerente João Costa Queiroz também culpa o reduzido estoque do posto para o repasse ter sido feito no sábado. "Os clientes já estão colocando menos gasolina." Já no posto Vergueirão, de São Bernardo, os consumidores compraram gasolina com o preço antigo, R$ 2,19 o litro, por toda a manhã de sábado, mas o reajuste de R$ 0,10 foi aplicado à tarde.

Um dos consumidores insatisfeitos com o aumento é o motorista Adalberto Xavier Gonzaga. Ele também abastece o carro com gás, mas diz que muitas vezes tem de comprar gasolina. "Esse aumento vai pesar muito no bolso." O técnico em eletrônica, Adilson Batista Silva, também precisa do carro para trabalhar e gasta em média R$ 400 por mês com gasolina. "O reajuste vai aumentar muito os meus gastos", reclama.

Reajuste - A média de reajuste do Estado deve ficar em torno de 10%, de acordo com Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de São Paulo). O presidente do sindicato, José Alberto de Paiva Gouveia, justifica o percentual de aumento sob o argumento de que o reajuste da Petrobras para a gasolina, pura e sem impostos, foi de 16,17%. O preço foi elevado de R$ 0,8639 para R$ 1,0036%. Ele afirma ainda que o aumento do diesel foi de 13,74% e não de 12%. "Agora, quem tem que explicar o reajuste são os postos."

O Sindicom, sindicato que reúne as grandes distribuidoras de combustíveis do País, informou que o reajuste da gasolina A alcançou de fato esse percentual, mas, ao embutir os impostos PIS/Cofins e a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), o repasse para as distribuidoras foi efetivamente de 10%, conforme anúncio da estatal.

Nesta terça-feira, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, descartou qualquer possibilidade de novo aumento dos combustíveis neste ano. "Na minha avaliação, o reajuste foi suficiente", afirmou Rondeau.




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