O vice-líder do governo na Câmara, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) reconheceu que haverá um período de turbulência entre os partidos da base governista, depois que o seu partido se aliou ao PTB para tornar-se a maior bancada na Casa. Hauly acredita, no entanto, que haverá uma acomodaçao. Segundo ele, a formaçao do bloco com o PTB era um "namoro antigo do PSDB" que na primeira tentativa de formaçao foi impedido pelo Palácio do Planalto para evitar atritos na base de sustentaçao do governo.

Desta vez, no entanto, segundo Hauly, nao foi possível segurar a pressao da base tucana. "O partido atendeu a solicitaçao da base que queria uma presença política mais firme no Congresso", justificou. O deputado disse que nao teme retaliaçoes do PFL, pois esse aliado já vinha incomodando o governo com pressoes para o reajuste no salário mínimo e para a limitaçao na ediçao de medidas provisórias.

Sarney - O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PFL) disse, na manha desta quarta-feira, ao chegar à liderança do PFL na Câmara, onde despacha toda quarta-feira, que nao vê "anormalidade" na formaçao do bloco PSDB-PTB. Na opiniao do ministro, qualquer disputa no campo político é legítima. Ele reconheceu a preocupaçao em relaçao a uma turbulência na base governista, mas disse acreditar que isso nao vai acontecer.