Política Titulo Entrevista
Para Eduardo, apoio à mãe não é nepotismo

Presidenciável do PSB articulou, em 2011, para que Ana Arraes fosse indicada para cargo no TCU

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
13/08/2014 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Ex-governador de Pernambuco, o candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, negou que haja nepotismo em ter concentrado apoio político, em 2011, na indicação de sua mãe, a então deputada federal Ana Arraes (PSB), para ocupar cargo de ministra do TCU (Tribunal de Contas da União). “Se a nomeação fosse minha e dependesse da nomeação enquanto governador seria nepotismo. Disputou eleição (na Câmara), era a única mulher e ganhou no voto”, disse, em entrevista ontem ao Jornal Nacional, da Rede Globo.

Na ocasião, Ana substituiu Ubiratan Aguiar, que se aposentou. Eduardo, à época, articulou a votação ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e partidos políticos. Sua mãe recebeu 222 votos no plenário. Em segundo lugar ficou Aldo Rebelo (PCdoB), que obteve 149 sufrágios. “Ela é funcionária pública de carreira por concurso da Justiça. Elegeu-se deputada por duas vezes, com votações crescentes. A Câmara foi chamada a eleger um parlamentar para vaga no tribunal e ela se candidatou.”

O presidenciável justificou que “teria apoiado outro candidato” caso outro postulante com suporte do PSB entrasse na concorrência. “Por que eu não apoiaria ela (Ana) que tem todos os predicados (no campo judicial)? Nem votei, não era deputado. Simplesmente torci para que ganhasse”, alegou Eduardo, que falou por 15 minutos na entrevista. Ele sinalizou que deveria haver reforma no sistema para acabar com cargos vitalícios que existem na Justiça. “De maneira a oxigenar os tribunais”, acrescentou.

O socialista ficou em saia justa quando questionado sobre o fato de criticar a administração da presidente Dilma Rousseff (PT), embora tenha ocupado cargo de ministro por três anos. “Não se está condenado a apoiar quando já não se acredita e não se representa no governo”, disse Eduardo, que na totalidade permaneceu quase dez anos nas gestões petistas em Brasília. “Aquilo que foi prometido de que o País ia corrigir os erros não aconteceu. Vinha processo de afastamento claro, porque esse governo é o único que vai entregar o Brasil pior do que recebeu.”

Eduardo frisou que formalizou chapa majoritária com a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PSB) para ser alternativa a esse governo que “valoriza a velha política, que deixou a inflação voltar e derreter empregos”. “Para dar solução é fundamental novo caminho”, afirmou. Após a entrevista, ele participou ontem também de sabatina na GloboNews.




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