Setecidades Titulo
Devoção às imagens lotam igrejas o ano todo
Por Sucena Shkrada Resk
Do Diário do Grande ABC
27/04/2002 | 16:46
Compartilhar notícia


Histórias de fé envolvem Antônio, Expedito, Camilo, Francisco de Assis, Jorge, Judas Tadeu, Rita de Cássia e mais de 2,7 mil pessoas que tiveram suas memórias perpetuadas no imaginário popular, após o processo de canonização pela Igreja Católica. Num primeiro momento, esses nomes não chamam atenção, mas, quando agregados à palavra santo, ingressam num universo de respeito e devoção. Igrejas da região lotam de devotos, principalmente em dias de homenagem a seus padroeiros ou protetores.

Segundo o padre responsável da paróquia São Bento, em São Caetano, Roberto Alves Marangon, os santos são exemplos de fé e intercedem em nome de Jesus Cristo. “A Igreja permite o culto publicamente aos santos canonizados, os reconhecidos oficialmente pela instituição, por terem sido comprovados milagres de suas autorias após uma análise feita pela Congregação para o Culto dos Santos, do Vaticano.”

De acordo com dados do Vicariato da Comunicação da Arquidiocese de São Paulo, até 1998, 2.762 santos foram canonizados, e há o registro de mais de 40 mil mártires no mundo e de 180 grandes santos universais. No Brasil, a madre Paulina, fundadora da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, deverá ser a primeira santa do país reconhecida pelo Vaticano ainda neste ano. Ela nasceu na cidade de Trento, na Itália, em 1865, e veio para o Brasil com 10 anos, onde morreu em 1942.

O padre José de Anchieta (1553-1597) foi beatificado (uma etapa anterior à canonização) em 1980 e Frei Galvão (1739-1822), 18 anos depois. Ele ficou popularmente conhecido por ser o fundador do Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, em São Paulo, em 1774.

Mas a simpatia popular também elege padroeiros, que não são reconhecidos ainda pela Igreja. “Não condenamos essa fé, mas desde o Concílio Vaticano II, em 1965, há o alerta para que seja tomado cuidado com a crença em alguns santos, que não haja evidência alguma de feitos milagrosos”, disse.

Crença – Para a advogada Nair Pedrosa Pires, 50 anos, do Parque Novo Oratório, em Santo André, o respeito aos santos é edificado dentro de sua própria casa. Na garagem, a imagem de Nossa Senhora “dá boas-vindas às visitas” e, ao lado de sua cama, conserva mais de 20 imagens compradas e presenteadas por amigos, há mais de dez anos. “Quando meu filho tinha 17 anos, quase ficou cego. Acredito que a Santa Luzia o curou”, disse ela.

Mais de 60 anos de fidelidade a São Camilo. Esse é o saldo da devoção de Santina de Marques Oliveira, 89, do bairro Camilópolis, em Santo André. “Eu me apeguei a ele porque, com sua ajuda, consegui criar os meus três filhos depois que fiquei viúva”, afirmou.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;