Em audiência pública ontem sobre o Orçamento do Estado, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC oficializou junto à Assembleia Legislativa de São Paulo demanda com 59 propostas, que representam total de R$ 7,5 bilhões. O plano regional englobou conjunto de projetos para inserção na peça que será elaborada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) – com estimativa de R$ 204 bilhões para o exercício de 2016 – incluindo, entretanto, itens de 2014 e 2015 que não tiveram recursos empenhados para sua execução. O encontro ocorreu na sede da entidade, em Santo André.

Entre as indicações, as sete cidades destacaram pedido de reserva para investimentos na Linha 18-Bronze do Metrô, que ligará a Capital com a região, extensão da Linha 1-Azul (Jabaquara-Tucuruvi), sugerindo mudança no traçado da futura Linha 20-Rosa para contemplar Diadema e implantação de oito piscinões, além da manutenção das 19 unidades já existentes. O texto prevê ainda aplicação de verba para remoção de 2.000 moradias em áreas de risco e construção de portais de monitoramento eletrônico de segurança nas divisas. O evento abriu também para encaminhamentos da população.

A lista de demandas regionais abrange 3,67% da peça estadual. Secretário executivo do Consórcio, Luis Paulo Bresciani (PT) admitiu que “não há novidades” nos projetos protocolados. “Tudo o que incluímos já foi discutido em anos anteriores, mas a maior parte não foi incluída no Orçamento. Por isso, reapresentamos série de itens”, frisou. Os deputados estaduais Teonílio Barba e Luiz Turco, ambos do PT, encabeçaram a mesa e reclamaram de eventual corte no bolo orçamentário, sob a alegação de queda na arrecadação da máquina do Estado e contingenciamento de aportes.

O documento foi entregue à comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento do Parlamento estadual, presidida pelo parlamentar Mauro Bragato (PSDB), que não estava presente. Barba compõe o bloco e citou a realização das 21 audiências regionais previstas – a próxima é amanhã, em Mogi das Cruzes – para captar as prioridades. O deputado criticou o corte de, segundo levantamento de seu gabinete, aproximadamente R$ 6,8 bilhões da peça vigente, o que pode envolver o valor semelhante no ano que vem por conta da crise econômica e, consequente, diminuição da receita. “É necessária pressão da sociedade para fazer governo mudar de rota”, disse Barba.

A gestão do Estado, por sua vez, tem justificado que boa parte das propostas se dá em parceria com a União, que, diante da situação de aperto nos cintos, tem segurado projetos e prolongado prazos.