O 13° salário é a solução dos problemas de muitos consumidores que perderam o controle de suas finanças pessoais. No entanto, ele é pago pelas empresas, normalmente, no fim do ano. Alguns bancos, porém, com o objetivo de lucrar ao garantir crédito ao cliente, oferecem a antecipação do pagamento.

Mas retirar o bônus antes da hora tem seu preço. As instituições financeiras cobram taxas de juros, aproximadamente, de 3% ao mês.

"Se a pessoa está precisando de dinheiro, é uma opção para cobrir um rombo no orçamento. Mas que fique claro que ele não terá mais o 13° e sua capacidade de crédito diminuirá", alerta o professor de macroeconomia e cenários econômicos Silvio Paixão, que ministra aulas na Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras).

O pesquisador do Instituto Assaf Fabiano Guasti Lima diz que os juros que os bancos cobram são atrativos. "Eles estão pouco abaixo do custo do crédito pessoal." Mas é preciso avaliar as vantagens.

Para o professor de Economia Sandro Maskio, da Universidade Metodista de São Paulo, a comparação de juros é a solução. "Se o consumidor mantém débito em cartão de crédito ou cheque especial, por exemplo, seria interessante antecipar o valor e trocar a dívida", explica.

Os juros das duas modalidades ultrapassam os 100% ao ano. E no caso do adiamentamento do 13°, atinge em média entre 25% a 35% anualmente. "Quanto mais baixo o juros da dívida, melhor", avalia Maskio.

Por outro lado, o especialista em finanças pessoais André Massaro é contra a antecipação. "Eu prego a disciplina financeira. A ideia é não contar com o 13°, como acontece com os trabalhadores que atingem cargos de chefia. Hoje, muitas empresas contratam os serviços dessas pessoas (como prestador de serviços) e elas ficam sem o bônus. "(o ideal é não antecipar) assim o salário entrará como dinheiro extra quando sair."

SONHO

Paixão, da Fipecafi, diz que as pessoas não devem ser radicais. "Se a antecipação for para realizar um sonho, está bem, mas o consumidor deve ter caixa para não passar sufoco depois."

Para o professor Maskio, da Metodista, existe outra situação que a modalidade de crédito se encaixa. "Em caso de emergência", afirma.

No caso de imprevistos, o dinheiro na mão também oferece a possibilidade de negociar valores à vista.

O professor Paixão finaliza que o importante é não ficar endividado. "O certo é realizar a política das boas finanças pessoais."

Prazo vai até o trabalhador receber pagamento

Os bancos oferecem o adiantamento do 13° salário cobrando taxas de juros que não ultrapassam 3% ao mês. E quem contratar o crédito tem, normalmente, até a data do pagamento do benefício para liquidar esta dívida.

No Santander, é possível contratar 100% do valor do salário. O custo deste empréstimo é de 2,95% ao mês e o prazo de pagamento vai até dia 20 de dezembro.

A Caixa Econômica Federal cobra taxa mais em conta, com 2,52% ao mês. Mas o financiamento é de, no máximo, 90% da parcela liquida do 13°.

No Banco do Brasil, os clientes podem antecipar até 40% do valor do 13°, caso o recebimento do salário seja em duas parcelas. E até 80% quando o pagamento é inteiro em parte única.