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Indústria de motos volta a acelerar
Lana Pinheiro
Do Diário do Grande ABC
13/09/2006 | 23:14
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Depois de um mês de julho fraco tanto em vendas, como em exportação e produção, a indústria nacional de motocicletas volta a retomar sua força em agosto e reafirma a falta de limites para o seu crescimento. Segundo dados da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicleta e Similares), no mês passado, 124.194 motocicletas deixaram as revendas, alta de 27% sobre o mesmo período do ano passado. Na mesma comparação, a produção evoluiu 19% para 143.472 unidades.


A evolução toma corpo ainda maior quando a comparação é sobre julho. Nesta base, as vendas tiveram crescimento de 55% e a produção, de 55,8%. Vale ressaltar, no entanto, que esse salto é característica sazonal dessa indústria que concede duas semanas de férias coletivas em julho e outras duas em dezembro, interrompendo a linha de produção para manutenção de equipamentos.


No acumulado do ano, os negócios seguem embalados. No mercado interno, 2006 está 23,6% melhor do que 2005 com 708.320 unidades comercializadas. Já a produção apresentou alta de 17,7% passando de 804.660 para 947.322 veículos.

Com o bom desempenho, Moacir Paes, diretor executivo da Abraciclo, garante que as metas devem ser cumpridas. “Em agosto a indústria retomou seu ritmo normal de vendas e as concessionárias puderam recompor os estoques que foram esvaziados em julho para cobrir a ausência de produção devido às coletivas”. Assim, o setor deve produzir 1,360 milhão de motocicletas até o fim do ano, com cerca de 1,1 milhão específicas para o mercado interno.


Ainda assim, para os próximos quatro meses do ano, Paes admite que o ritmo de crescimento da indústria deve cair um pouco. “Os estoques estão regularizados, o que deve fazer com que a produção volte ao ritmo do primeiro semestre com 110 mil a 115 mil motocicletas produzidas mensalmente”.

  

Exportação - Se Honda, Yamaha, Kasinski, Sundown e Harley-Davidson, as cinco fabricantes associadas à entidade, não tem do que reclamar quanto ao mercado interno, as duas primeiras – as únicas com contratos de exportação – observam as vendas ao exterior caírem mês após mês. Em agosto, 15.115 motocicletas foram enviadas ao exterior, volume que está 16% aquém das 18.052 unidades embarcadas no mesmo período de 2005 e 5% abaixo das 15,9 mil de julho último. No acumulado do ano, queda de 4,6%, de 125.921 veículos para 120.146.


Segundo Moacir Paes, com a moeda americana desvalorizada, as montadoras perderam espaço por falta de competitividade. Até o fim do ano, as exportações devem cair. O motivo: o inverno nos Estados Unidos, um dos principais mercados, desencoraja investimentos em veículos de duas rodas.



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