Política Titulo Em diálogo com a EMTU
Diadema deixou fim da integração em segundo plano

Documentos mostram que pleito deu lugar à preocupação com ambulantes nos terminais

Júnior Carvalho
do Diário do Grande ABC
26/10/2021 | 00:07
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O governo do prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT), deixou em segundo plano o debate sobre o fim da cobrança da integração nos terminais da cidade. Documentos obtidos pelo Diário mostram que o pleito perdeu prioridade, pelo menos oficialmente, nas negociações com a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos).

Os ofícios mostram que a discussão em torno da retirada das catracas nos terminais Diadema e Piraporinha foi substituída, por exemplo, pela preocupação do governo Filippi sobre o trânsito de comerciantes ambulantes nas dependências das estações. Os dados constam em comunicados enviados pela gestão petista à EMTU, cujo teor foi obtido pelo Diário via Lei de Acesso à Informação. O assunto é tema caro ao Parque do Paço, já que o fim da tarifação pela baldeação foi a principal promessa de campanha de Filippi nas eleições de 2020.

Segundo os ofícios, a única menção explícita à “retirada das catracas” nos dois terminais foi feita em um ofício assinado pelo próprio prefeito (nº 42/2021) e enviado em 3 de março ao diretor-presidente da EMTU, Marco Antonio Assalve. De la para cá, a administração enviou apenas mais uma correspondência à empresa, mas tratou de diversos outros temas e não citou oficialmente o debate sobre o fim das catracas.

A EMTU respondeu Filippi apenas em 27 de abril. Em suma, negou o pleito alegando que as catracas são “o único meio de controlar os quantitativos de passageiros”. Esse argumento foi refutado pelo governo Filippi em levantamento enviado à empresa em outro ofício (541/2021). Segundo o município, as catracas não contabilizam o número de usuários que são transferidos de um sistema para o outro, mas apenas a cobrança de R$ 1,15 para acesso dos passageiros do transporte municipal aos trólebus do Corredor ABD. Porém, não pediu formalmente a retirada das catracas. O documento mostra preocupação do governo municipal em fiscalizar a entrada de ambulantes nos terminais e de usuários que não pagam passagem, além de pedir atenção da EMTU para evitar o uso de banheiros das estações “para outras finalidades”.

Esse último ofício foi respondido pela empresa no mês passado e cita questões levantadas em reunião realizada em julho entre o município e a empresa. Em nenhum momento, porém, a EMTU fala no fim da cobrança da integração. Também não há menção à proposta do município em assumir a gestão dos terminais, como divulgou o prefeito nos últimos meses.

Ao Diário, o governo Filippi refutou as informações, sustentando que vem dialogando com o governo João Doria (PSDB) sobre o assunto sem a necessidade de envio de ofícios. “De março até outubro, foram oito encontros presenciais entre o prefeito Filippi e o secretário de Mobilidade e Transportes, José Evaldo Gonçalo, com algum representante do governo do Estado para tratar do assunto. Entre eles, o então secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, e o vice-governador Rodrigo Garcia. Em todas essas datas, a pauta da integração foi discutida, inclusive ventilando a possibilidade de a Prefeitura de Diadema assumir a gestão dos dois terminais.”  




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