A leitura do relatório do processo de cassação contra o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), elaborado pelo senador Jefferson Peres (PDT-AM), que deveria acontecer nesta quarta-feira, foi adiada para o próximo dia 4 de outubro (quarta-feira) – exatamente três dias depois das eleições.

Suassuna é acusado de receber R$ 220 mil para apresentar emendas ao Orçamento Geral da União para a compra de ambulâncias superfaturadas.

O motivo do adiamento foi a falta de membros do Conselho de Ética para a abertura da sessão. São necessários, pelo menos, oito parlamentares de um total de 15. no entanto, apenas cinco compareceram.

No início da reunião, Jefferson disse que, em função da falta de quorum, não faria a leitura do relatório em que apresenta suas considerações sobre se houve envolvimento ou não de Suassuna na máfia das ambulâncias. O relator disse que poderia fazer a leitura do documento apesar da ausência dos senadores, mas ressaltou que preferia fazê-lo na presença de número significativo de integrantes do Conselho.

Quorum – A falta de quorum já faz parte da rotina do Congresso Nacional. As votações nos Plenários do Senado e da Câmara, as reuniões das CPIs (Comissão Parlamentares de Inquérito) e dos Conselhos de Ética são constantemente adiadas pela falta de um número mínimo de parlamentares para a abertura dos trabalhos.

Esse problema, que interfere muito no andamento de processos de cassação e votações matérias importantes de interesse da sociedade, se agrava ainda mais na época das eleições, momento em que os deputados e senadores deixam Brasília e saem em campanha pelo país em busca de votos.