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Editora da região
foca na música

Editor e tradutor, Marcelo Viegas fala do processo
de trabalho e pesquisa para lançar livro sobre música

Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
30/06/2013 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Quem é que nunca quis ler a respeito de um determinado assunto, se aprofundar mais, só que o livro – que já existia no Exterior – dificilmente ganharia versão em português? O pessoal da editora de São Bernardo Ideal Edições sim. E esse foi um dos motivos para que agora o público tenha acesso ao registro O Reino Sangrento do Slayer (368 págs, R$ 54,90 em média).

A empreitada, que chega às lojas em capa dura e trata de uma das bandas mais conhecidas e importantes do cenário thrash metal, é assinada pelo britânico Joel McIver, autor de mais de 22 livros. Mas a versão brasileira, lançada originalmente no ano passado, alcança agora a segunda edição e ganha capa dura e novo projeto gráfico, além de revisão na tradução. Trabalho esse assinado pelo editor e tradutor da região Marcelo Viegas.

Figura que já foi homem de frente da banda de stoner rock Asterdön e fanzineiro nos anos 1990, Viegas conta que o que acontece quando se pensa em trabalhar em um livro como esse “é a busca de um equilíbrio entre comercial e editorial. Queremos lançar livros que gostaríamos de ler, mas também precisamos ter um potencial de mercado. Então, esse é o desafio”, diz.

Ele conta ainda que tão importante quanto isso é a pesquisa que tem de ser feita para se ter conhecimento dos títulos que já foram editados no Brasil a respeito do mesmo assunto. “No caso do Slayer foi relativamente fácil: não havia nenhum título nacional sobre a banda. E, cá entre nós, o Slayer é uma instituição do metal e os fãs realmente mereciam ter acesso a esse livro em língua portuguesa”, afirma.

Independente, a editora tem como nicho o mercado musical. Além do Slayer, já disponibilizaram biografias do Dave Grohl, do Rage Against The Machine e do blink-182. Viegas conta que o mercado para livros de música nunca esteve tão aquecido no País. “O Brasil viveu muitos anos de vacas magras nesse setor, anos que acompanhei como leitor/consumidor, e sei bem como éramos carentes de bons títulos relacionados ao universo musical”, diz.

Trabalhar com isso exige muita dedicação e paciência. E sim, um vasto trabalho de confirmação de dados. Não é apenas verter de uma língua para outra. “Certas coisas precisaram ser contextualizadas através de notas de rodapé. Por exemplo, quando apareceu no texto algum costume norte-americano, ou então alguma referência a um programa de TV, ou estação de rádio”, diz.

Além disso, há aqueles momentos em que a tradução apenas não basta. “Na verdade, certas construções não fazem muito sentido no português, e aí o trabalho do tradutor é encontrar a adaptação mais adequada, para não descaracterizar o estilo do autor, e ao mesmo tempo garantir que aquele trecho seja inteligível na língua portuguesa”, revela.

O livro traz grandes curiosidades. Fala dos lançamentos dos discos, de brigas com outros grupos e dramas, como a morte da filha do cantor Tom Araya. “Aprendi muito, e todos que tiverem a oportunidade de ler o livro também descobrirão coisas interessantes”. Entre os próximos títulos a serem lançados estão Na Estrada com os Ramones, Dance Of Days – Duas Décadas de Punk na Capital dos EUA e também livro que conta a história do heavy metal.  




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