Esportes Titulo Grupo B do torneio
Espanha vence, garante primeiro lugar, mas mostra lado vulnerável

Time passou apuros quando teve saída de bola pressionada pelos nigerianos no Castelão

Anderson Fattori
24/06/2013 | 07:30
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Claudinei Plaza/DGABC


A Espanha fez o que se esperava, ganhou da Nigéria por 3 a a 0 e se classificou na primeira posição do Grupo B da Copa das Confederações, com nove pontos. O que fugiu do roteiro ontem foi o sufoco que a Fúria passou em determinados momentos do jogo no Estádio Castelão, em Fortaleza. Agora, os espanhóis continuam no Ceará, onde quinta-feira disputam vaga na final contra a Itália. Já os africanos voltam para casa.
 

O torcedor que foi ao Castelão se surpreendeu com os nigerianos que, sem medo, adiantaram a marcação e causaram apuros à atual campeã mundial. No começo, porém, a Fúria se impôs. Iniesta, com um minuto, já havia levantado o torcedor ao colocar bola entre as pernas do zagueiro, mas parou em Enyeama. O goleiro, porém, não segurou chute de Alba, aos três, que abriu o placar após linda tabela.
 

O que se desenhava massacre espanhol mudou de panorama. A marcação nigeriana impedia que os europeus evoluíssem e, quando a equipe atacava, era incisiva. O empate só não saiu porque a Nigéria se atrapalhou na hora da conclusão. Foi assim com Mikel, aos dez, e com Mba, aos 19.
 

Apesar de dominarem a partida em alguns momentos, os africanos correram o evidente risco de serem surpreendidos por jogada magistral dos espanhóis. Aos 26, Sérgio Ramos lançou Soldado, que chutou em cima de Enyeama. Aos 39, foi Fabregas quem apareceu livre e acertou a trave.
 

No segundo tempo, a Nigéria perdia força à medida que o tempo passava. Nem o apoio vindo da arquibancada foi suficiente. Tudo piorou aos 16, quando Fernando Torres, que havia acabado de entrar, aproveitou cruzamento de Pedro e mandou para a rede: 2 a 0.
 

Apesar do resultado parcial, a Nigéria não se entregou e quase diminuiu aos 29, quando Musa passou para Gambo, que mandou à direita, frustrando o torcedor cearense.
 

O golpe de misericórdia dos espanhóis foi dado aos 43. Alba recebeu lançamento, driblou o goleiro e mandou para o gol vazio.


Alba estranha gols em dia de protagonista

Enquanto a expectativa estava em show de Iniesta e Xavi, quem brilhou foi coadjuvante. O lateral-esquerdo Jordi Alba roubou a cena ao marcar dois belos gols e garantir não só a vitória contra a Nigéria, mas também a 28ª partida oficial sem derrota dos espanhóis, maior série invicta de todos os tempos – antes, a marca pertencia à França, que entre 1994 e 1999 ficou 27 jogos sem perder.
 

A última derrota da Espanha em competições oficiais foi em 2010, diante da Suíça (1 a 0), na estreia da Copa do Mundo. Depois, passou ilesa em todos os compromisso pela Eurocopa, eliminatórias e agora Copa das Confederações.
 

Alba estava eufórico ao avaliar o jogo histórico em sua carreira. “Não é normal para mim fazer dois gols em um jogo. Pelo que me lembro é a primeira vez. Estou feliz com isso, mas principalmente com a vitória da equipe”, comentou o lateral-esquerdo do Barcelona.
 

Assim como os outros jogadores, Alba só reclamou do calor, que vem prejudicando o time espanhol, mas evitou usar isso como desculpa antes do grande teste na competição, a semifinal contra a Itália.  “Os pés doem bastante, o ar é bem abafado. Estamos sentindo muito calor. Mas isso acontece para todas as equipes, não podemos usar como desculpa”, finalizou Alba. AF


Fernando Torres mantém artilharia e fica a um gol de marca histórica

Fernando Torres chegou ao Brasil desprestigiado. Em baixa no Chelsea e reserva na seleção espanhola, ele mostrou oportunismo para ressurgir das cinzas e se tornar o artilheiro isolado da Copa das Confederações, agora com cinco gols. Somado aos três que fez na edição de 2009, na África do Sul, ele tem oito e está um atrás de Ronaldinho Gaúcho e do mexicano Blanco, com nove gols na história do torneio.
 

Apesar de se aproximar da marca importante, Torres disse após o jogo que sua missão é ajudar a seleção e lutar por vaga no time titular. “Claro que gostaria de ser o artilheiro do torneio, mas não é um objetivo que coloquei para mim agora, o mais importante é jogar e recuperar a confiança. Sou atacante, gosto de fazer gols, mas desde que isso ajude o time”, comentou o jogador.
 

Sobre a Itália, rival de quinta-feira, ele foi sucinto. “É um time forte, que conhecemos e com certeza vai dar trabalho, Precisamos estar concentrados”, comentou o jogador, um dos mais atenciosos com a imprensa após o duelo. AF


 

Goleiro nigeriano quer voltar em 2014

Tendo chegado à última rodada da fase de grupos com chances de avançar às semifinais da Copa das Confederações, a Nigéria acabou eliminada da competição ontem à tarde após derrota por 3 a 0 para Espanha, no Estádio Castelão, em Fortaleza.
 

A equipe africana tinha missão difícil para se classificar. Além de ter tido de vencer a Fúria, precisaria ainda tirar uma diferença de oito gols de saldo frente ao Uruguai.
 

Após a eliminação, a Nigéria se volta às eliminatórias africanas para a Copa do Mundo e o goleiro da seleção, Vincent Enyeama, quer voltar ao País no Mundial de 2014.
 

Além disso, o camisa um destacou a atitude dos torcedores e a receptividade do Brasil. “Gostaria de agradecer pela hospitalidade e pelo apoio dos torcedores brasileiros e espero voltar aqui no ano que vem”, disse.
 

Para isso, a Nigéria tentará a vaga nas eliminatórias do continente africano. Atualmente, lidera o Grupo F da competição com nove pontos, faltando apenas uma rodada.
 

Caso confirme a classificação, terá jogo eliminatório de ida e volta para decidir uma das cinco vagas na competição. “A coisa mais importante agora é focarmos nas eliminatórias”, emendou o goleiro.
 

Durante a derrota para a Espanha no Estádio Castelão, a Nigéria até criou oportunidades para empatar o placar quando ainda estava 1 a 0, mas pecou nas finalizações e acabou sofrendo mais dois gols no segundo tempo.
 

Sobre a partida, Enyeama considerou que o resultado final foi construído com justiça e ressaltou a qualidade do adversário. “Jogamos contra o campeão do mundo e melhor time. Para ser honesto, creio que 3 a 0 foi resultado justo”, reconheceu.
Para o técnico nigeriano Stephen Keshi, os desfalques de sua equipe, incluindo o atacante Oduamadi, artilheiro da seleção no torneio, foram determinantes. “Quando analisamos as outras seleções, vemos que conseguiram vir com o time titular completo. Perdi quatro, cinco jogadores fundamentais para a equipe”, lamentou. AF


Cearense demonstra carinho pela Espanha, mas torce pela Nigéria

O alto astral contagiante do povo cearense ditou o ritmo antes, durante e após o jogo entre Nigéria e Espanha, ontem, no Estádio Castelão, em Fortaleza. Com camisas dos mais variados clubes e bandeiras de diversas nações, todos estavam ávidos por ver Iniesta, Xavi, Piqué e os outros craques espanhóis, mas também felizes por participar da Copa das Confederações.
 

Logo na rampa de acesso ao estádio, voluntários com megafone davam as primeiras instruções antes de todos passarem pelo detector de metal. Cumprida a etapa, os torcedores entraram e receberam brindes dos patrocinadores da competição em stands.
Um dos locais mais visitados era a loja oficial da Fifa, onde o Fuleco, mascote da competição, era sucesso absoluto de vendas e podia ser comprado por R$ 69,90 (de 18 cm) e R$ 99,90 (30 cm).
 

Apesar do sol forte, ultrapassando os 30ºC, os torcedores apareceram com perucas, bandeiras e os mais variados adereços. Nigerianos, obviamente, eram minoria, mas não menos animados. Alguns saíam correndo pelas ruas com a bandeira para se fazer notar.
 

Era comum observar muitas crianças chegando para ver o jogo. Uma delas era Vladmir Cavalcante, 8 anos, acompanhado da mãe, Edilma, 36, e da tia Sabrina, 34. “Quero ver o Iniesta”, se antecipou a dizer o garoto. “Também gosto muito do Xavi”, completou ele, dando pulos de alegria e prometendo ir ao hotel onde os espanhóis estão concentrados na busca por autógrafo.
 

Durante a partida, o que se viu foi o público torcendo o tempo todo para os carismáticos nigerianos. Era como se fosse uma força a mais, já que o time tinha a árdua missão de encarar a melhor seleção do mundo.
 

Surpresos com a postura ofensiva da Nigéria, os cearenses arriscaram até mesmo gritos de olé, quando os africanos conseguiam dominar a posse de bola e vaiavam os espanhóis, principalmente quando rodavam a bola de um lado para o outro.
 

Parte da torcida, porém, deixou o estádio decepcionada por não ter saído o gol dos nigerianos, que insistiram, mas pecaram muito nas finalizações.
 

No segundo tempo, quando a partida já estava decidida, o cearense esqueceu o jogo e passou a enaltecer o amor pela Seleção Brasileira, com o mesmo carinho que cantou o Hino Nacional antes do confronto com o México.
Por fim, o estádio em coro mandou recado aos europeu: “Espanha, pode esperar que sua hora vai chegar”, prevendo confronto com os brasileiros na final, dia 30, no Maracanã. AF

Sem confrontos e ambulantes, chegada ao estádio é tranqüila

Diferentemente do que ocorreu no jogo entre Brasil e México, quarta-feira, ontem não houve protestos em Fortaleza. A Polícia Militar até se mobilizou e, desde o início da manhã, já havia montado esquema de segurança nos arredores do Castelão, inclusive com a tropa de choque, mas nenhum manifestante apareceu.
 

Mesmo assim, por questão de segurança, carros particulares eram barrados nas proximidades do estádio, mas os torcedores não tiveram dificuldade de chegar e caminhavam tranquilamente.
 

Ao contrário do que acontece nos jogos do Brasil, os ambulantes foram proibidos no entorno, permanecendo apenas os credenciados pela Fifa.
 

Curiosamente, há poucos bares no entorno do estádio e o mais próximo ganhou decoração da empresa de refrigerantes que patrocina o torneio. “Eles colocaram a marca e me deram ingressos para os jogos”, comemorou Mayara Oliveira, dona do estabelecimento, que estava lotado de torcedores espanhóis. AF
 




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