Economia Titulo Pesquisa
Brasil tem condições de
ingressar no segmento
espacial, diz grupo francês
Leone Farias
08/06/2013 | 07:03
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Há a perspectiva de que o Brasil ingresse no seleto grupo de produtores de satélites – de telecomunicação e de observação – , segmento altamente tecnológico que é restrito às principais economias do mundo. Nesse cenário, o Grande ABC deve assumir papel de destaque, pelo menos no que depender das intenções anunciadas pela Thales Alenia Space, companhia controlada majoritariamente pelo grupo francês Thales, que por sua vez é dono da fabricante de radares Omnisys, de São Bernardo.

 A companhia quer repassar sua tecnologia ao País não apenas para que as indústrias locais façam partes dos equipamentos, mas sim para que tenham, ao longo do tempo, autonomia para produzi-lo inteiro. “Não queremos simplesmente transferir pequenas coisas, mas também o cérebro do satélite, para que a Visiona (joint-venture entre Embraer e Telebras que coordena o projeto aerospacial brasileiro) aos poucos tenha conhecimento para que possa fazer o próprio satélite”, assinalou o presidente, Jean-Loïc Galle.

 Uma das candidatas a receber o cérebro dos equipamentos é a empresa do Grande ABC, que já tem know-how na área: além de produzir radares de tráfego aéreo, fornece componentes para satélites de sensoriamento remoto da Terra, pertencentes ao Programa CBERS (China Brazil Earth Resources Satellites) para o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), entre outras atividades desenvolvidas.

 No entanto, para que isso ocorra, a companhia, que é franco-italiana (conta também com participação societária da empresa Finmeccanica), espera vencer a licitação aberta pela Visiona, para construir o SGDC (Satélite Geostacionário de Defesa e Comunicação) cujo resultado deve sair nos próximos dias. O equipamento será destinado às telecomunicações – para uso militar (a chamada Banda X), com o objetivo de melhorar a proteção de fronteiras e também civil (banda Ka), para conectar áreas isoladas do País.

 Uma das líderes mundiais no segmento e com mais de 40 anos de experiência em design, integração, teste e operação e checagem de sistemas espaciais, a Thales Alenia Space, que tem receita anual de 2,1 bilhões de euros (cerca de R$ 5,8 bilhões), tem grande know-how tanto na produção de equipamentos para transmissão de dados e imagens quanto para observação e monitoramento, por exemplo, do clima e do meio ambiente e o gerenciamento de riscos naturais (incêndios, enchentes, terremotos, tempestades etc) e também para a defesa e segurança de diversos países.

O jornalista viajou a convite da Thales a Cannes e Roma 




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