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Investigações definirão futuro do PT, diz Marta
Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
25/06/2005 | 07:35
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Para a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT), o futuro do Partido dos Trabalhadores está diretamente relacionado ao resultado das investigações dos escândalos de corrupção envolvendo o governo Lula. "Se não houver investigação da CPI, certamente a Polícia Federal vai apurar essas acusações até o fim. De qualquer forma, vai ser muito difícil apagar as conseqüências de toda essa crise. A sobrevivência do PT vai depender da apuração de todas as denúncias", diz Marta, que é vice-presidente nacional do partido.

Durante visita a Diadema, na tarde de sexta-feira, Marta disse que sofreu enorme desgaste político por conta da decisão da juíza Christiane Santini, que no início de junho cassou seus direitos políticos por três anos. De acordo com a decisão, a ex-prefeita e a ex-secretária municipal de Educação, Maria Aparecida Perez, cometeram ato de improbidade administrativa ao contratar, sem licitação, a ONG GTPOS (Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual).

Mas, segundo Marta, a decisão da juíza é equivocada. "Ela não cumpriu a determinação do Tribunal de Justiça, que determina amplo direito de defesa à ONG e a mim antes de qualquer decisão judicial. Além disso, o processo ainda não está transitado em julgado", diz Marta, que mesmo assim entrou com recurso para mudar a decisão da juíza. "Além disso, essa mesma ONG trabalhou sem licitação para o Ministério de Saúde, quando Serra era ministro e para mais de 15 prefeituras, todas contratadas por notório saber. Com certeza, essa é uma ação política de nossos adversários", justifica Marta.

Junto com o prefeito José de Filippi Júnior (PT), Marta participou da entrega de uniformes escolares aos alunos da creche conveniada Espaço Solidário V, no bairro Serraria. De acordo com a Prefeitura, foram entregues mais de 22 mil uniformes a alunos das 46 escolas municipais, 18 creches diretas e 21 conveniadas. Em seu discurso, Filippi lembrou que a idéia partiu da administração petista em São Paulo, que adotou a entrega de uniformes escolares aos alunos da rede pública.

Marta aproveitou para alfinetar o prefeito de São Paulo José Serra e lembrou que a aprovação de suas contas públicas de 2004, divulgado essa semana pelo Tribunal de Contas do Município (TCM), desmente o que foi dito pelo candidato do PSDB durante as eleições do ano passado. "Fiquei cinco meses ouvindo o prefeito Serra dizer que não tinha dinheiro, que eu não tinha cumprido a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Então, foi com muita satisfação que vi essa decisão do TCM. Se ele quis aumentar a passagem (de ônibus), diminuir o subsídio para transporte, parar a construção dos CEUs, é porque essa é a política do PSDB. Não tem nada a ver com finanças", diz.

Marta, que é pré-candidata ao governo de São Paulo, ao lado do senador Aloízio Mercadante e do deputado federal João Paulo Cunha, se encontrou à noite com militantes do PT, no diretório do partido em Diadema.




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